A gangorra, pelo menos momentaneamente, está arquivada no Rio Grande do Sul. Afinal, desta vez, nem Inter, nem Grêmio vivem uma situação tão distintamente superior à do outro. Ambos atravessam uma boa fase, coincidência não muito comum na história do Gre-Nal. E é assim que os rivais históricos se enfrentarão para decidir qual deles será o campeão gaúcho em 2019. O primeiro jogo é neste domingo, às 16h, no Beira-Rio. O outro, quarta-feira, na Arena, às 21h30.
O Inter vem de um histórico pior. Enquanto o Grêmio revivia uma história de grandes títulos, o Colorado esteve na Série B. Voltou, recuperou-se e construiu um time capaz de não só encarar o adversário em igualdade de condições como também de vencê-lo. Neste momento, o Inter disputa a Libertadores com uma performance extremamente positiva. São três vitórias e um empate em quatro jogos. Chegou à final do Gauchão com tranquilidade, mas sem a melhor campanha − mérito conquistado pelo Grêmio, que leva o segundo jogo da final para a Arena.
Além disso, neste tempo, desenvolveu uma mecânica de equipe eficiente, que propiciou a evolução individual das peças. Jogadores como Nico López e Edenilson ganharam um protagonismo antes exclusivo de D’Alessandro e, mais recentemente, receberam a companhia de Paolo Guerrero, que marcou três gols em apenas dois jogos com a camisa do Inter.
Odair Hellmann, que já acumula quase um ano e meio no cargo, não disse qual escalação começa o Gre-Nal. Também fez alguns treinos fechados durante a semana, como ontem. Em sua entrevista, não confirmou o time e disse que só divulgará o nome dos seus 11 titulares pouco antes de a bola rolar no Beira-Rio.
Porém, há pouca margem para mistérios. A única indefinição é sobre a presença de Rodrigo Dourado, que sofreu uma pancada no joelho esquerdo na vitória sobre o Palestino, faz tratamento intensivo, mas não deve ter condições de jogo. A tendência é Odair optar por Rithely, embora também exista Rodrigo Lindoso como alternativa.
O Grêmio chegou à final do Gauchão com uma campanha praticamente perfeita. Em 15 jogos, foram 11 vitórias e quatro empates, com 38 gols feitos e apenas um sofrido. A invencibilidade será colocada à prova no clássico. Ao contrário do rival, Renato Portaluppi comanda uma equipe que mudou pouco nos últimos dois anos e meio.
O Tricolor vive boa fase desde 2016, quando encerrou um longo jejum de títulos. Recentemente, passou por um momento turbulento com as más atuações na Libertadores, mas retomou a confiança com a vitória sobre o Rosario Central no meio de semana. “Mais do que nunca, voltou a confiança total. Em um momento como esse, no qual havia questionamentos sobre algumas coisas, foi fundamental a vitória. Afinal, domingo temos os primeiros 90 minutos da final do Estadual”, disse o treinador.
A atuação na Libertadores da América convenceu o técnico de que é preciso dar continuidade à equipe. Por isso, Renato deve escalar o mesmo time que atuou diante do Central. No lado gremista, durante a semana, em todas as entrevistas de jogadores destacou-se a boa fase do Inter. Enfim, há bastante tempo que a frase “Gre-Nal não tem favorito” não é tão atual como nessa decisão do Gauchão.