A atração de investimentos estrangeiros para solucionar os problemas de escoamento de produção no Estado foi o assunto principal na visita de adidos agrícolas e representantes de embaixadas ao Porto de Rio Grande, nesta segunda-feira. CNA, Farsul, governo do Estado e empresas operadoras apresentaram a capacidade logística atual e as oportunidades existentes em parcerias público-privadas para assumir, ampliar ou abrir novos terminais no complexo portuário.
De acordo com o presidente do Sistema Farsul e diretor de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, a agenda em Rio Grande serviu para mostrar o impacto do agronegócio gaúcho nas exportações e alertar para algumas carências em termos de logística que podem ser aproveitadas por investidores de fora do país. “O porto de Rio Grande é um capital inestimável para nós. Ele tem um potencial enorme, mas ainda carece de investimentos”, destaca. As visitas, que fazem parte do programa Aliança Agrobrazil, da CNA, seguem para a Estância Santa Maria, de Bagé, nesta terça, e depois para a Estância Guatambu, de Dom Pedrito, na quarta.
As atividades iniciaram pelas águas de Rio Grande. Os representantes de China, Japão, Austrália, França, Irã, Egito, Singapura, Burkina Faso e Chile atravessaram toda a extensão do canal de barco – desde o porto antigo, desativado e hoje reduto de pescadores e patrimônio cultural, até o Terminal de Contêineres (Tecon), com 900 metros de cais e 12,8 metros de calado homologado passando por outros pontos do Superporto, em plena operação com a chegada da safra de verão.
“Poucos lugares do mundo podem crescer em produto e mostrar uma porta tão qualificada de entrada e saída”, afirmou o superintendente do Porto de Rio Grande, Fernando Estima, ao grupo de estrangeiros . “Aqui há espaço para desenvolver (terminais) ou crescer os existentes”. Ele ainda anunciou a conclusão da obra de dragagem até meados de maio, com possibilidade de oficializar uma profundidade navegável de 15 metros nos próximos meses, o que poderia fazer com que Rio Grande recebesse navios ainda maiores.
Representantes de Tecon, Bianchini, Yara, Sagres e da área de exportação de granéis líquidos do Porto de Rio Grande fizeram palestras curtas ao final do dia sobre o potencial de comercialização externa e oportunidades de investimento. Alguns países demonstraram interesse na importação de insumos agropecuários, como fertilizantes, enquanto outros prestaram especial atenção ao conceito de distritos industriais às margens do porto e dos canais hidroviários, subutilizados hoje no Rio Grande do Sul.