Além de salários, sindicatos do funcionalismo querem que Piratini regularize repasse de contribuições

Para a presidente do Cpers, governo se apropria de um recurso que é privado e põe em risco a saúde financeira das organizações

Foto: Leandro Osório / Palácio Piratini / CP Memória

Dirigentes de entidades representativas do funcionalismo estadual cobraram, hoje, do Palácio Piratini solução para o atraso no repasse de contribuições sindicais, descontadas do contracheque dos servidores. Pela primeira vez desde o começo do parcelamento de salários – iniciado em 2015 –, a demora ultrapassou o período de um mês. As lideranças sindicais discutiram o tema com a chefia de gabinete do governador Eduardo Leite, nessa manhã.

A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, ressalta que a contribuição é descontada diretamente da folha dos servidores que optaram pela sindicalização. Assim, o governo se apropria de um recurso que é privado e põe em risco a saúde financeira das organizações.

“Estamos em abril e ainda não recebemos o repasse de fevereiro. O atraso obriga as entidades a contraírem empréstimos para arcar com o custeio e reflete diretamente nas condições para a organização e mobilização das categorias, bem como na garantia dos direitos dos trabalhadores que atuam nas entidades”, explica. Em média, o repasse das contribuições sindicais ocorre no dia 15 de cada mês. O Cpers conta com mais 84 mil associados, por exemplo.

O atraso já havia sido discutido com o Executivo na metade de março. Na ocasião, o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurélio Santos Cardoso, assumiu compromisso de divulgar a data do repasse no último dia do mês, o que não se concretizou.

Para Érico Corrêa, diretor do Sindicaixa, o governo confunde os empréstimos consignados com o repasse sindical e falta transparência no diálogo com as entidades. O chefe de gabinete do governador, Paulo Morales, assegurou que o tema vai ser tratado diretamente com Eduardo Leite, nesta terça, e comunicado às entidades no mesmo dia.

Piratini só vai pagar salários de março a partir de 10 de abril

Na semana passada, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) anunciou que os servidores só devem receber os salários de março a partir do dia 10 de abril. A faixa inicial vai ser de R$ 2 mil. É a primeira vez, na gestão Leite, que nada foi pago no último dia do mês corrente. Isso já havia ocorrido em outubro e novembro, durante a administração anterior, quando os salários só foram pagos, respectivamente, a partir de 12 de novembro – o maior atraso inicial, até então – e 10 de dezembro.