Raquel Dodge pede que juízes federais assumam processos de cunho eleitoral

Decisão ocorre após o Supremo Tribunal Federal ter decidido pela competência da Justiça Eleitoral para julgar crimes comuns, conexos a caixa 2 de campanha, por exemplo

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, protocolou hoje, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedido para que os ministros autorizem que juízes federais passem a ter atribuições para julgar questões eleitorais que chegarem à Corte.

Mais cedo, Dodge anunciou a medida durante um seminário internacional sobre transparência e combate à corrupção no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

A decisão ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido pela competência da Justiça Eleitoral, e não da Justiça Federal, para julgar crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro, conexos a crimes eleitorais, como caixa 2 de campanha.

No ofício enviado à presidente do TSE, ministra Rosa Weber, a procuradora afirmou que a proposta visa ampliar o combate à corrupção. Para entrar em vigor, o tribunal precisa analisar uma resolução aprovada em 2002, que disciplina a atuação dos juízes eleitorais.

“Na linha destas importantes resoluções que atenderam a relevantes desafios à época em que foram editadas, o Ministério Público Eleitoral compreende que o incremento de juízos eleitorais para processar crimes eleitorais associados à corrupção, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores e praticados por organizações criminosas mostra-se a melhor via para o enfrentamento do influxo de ações penais complexas nessa temática para a Justiça Eleitoral”, argumentou Dodge.

Com a chegada do pedido ao TSE, a Corte deve decidir a questão durante uma sessão plenária, ainda sem data para ocorrer, ou de forma individual, pelo relator que for designado para o caso.