Confronto entre servidores e PMs deixa feridos em frente à Câmara de Porto Alegre

Efetivo usou bombas de gás e balas de borracha alegando tentativa de invasão

Foto: Lucas Rivas

Um confronto entre servidores públicos, guardas municipais e policiais militares deixou 13 feridos, segundo as duas partes, na tarde de hoje, na área externa da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, onde o plenário tenta votar o projeto da Prefeitura que modifica o plano de carreira da categoria. O Sindicato dos Municipários contabiliza 10 trabalhadores com lesões, a maioria mulheres e parte deles atendida em barracas montadas em frente à Câmara, pelos técnicos de enfermagem que fazem piquete no local.

A Guarda Municipal cita que três agentes se feriram. Já a Secretaria Municipal da Saúde informou que sete servidores deram entrada no Hospital de Pronto Socorro (HPS), entre eles uma fotógrafa da Câmara, todos eles atingidos pelas balas de borracha.

De acordo com a Guarda Municipal, a Brigada Militar jogou pelo menos cinco bombas de efeito moral e usou balas de borracha depois que servidores do lado de fora tentaram invadir o prédio, forçando portões e jogaram pedras contra os seguranças patrimoniais da Casa. Dentro do plenário, a Presidência da Câmara assegurou 115 vagas para pessoas favoráveis ao projeto e 115 para os contrários à proposta, mas o número de servidores que compareceu ao local era bem maior. Em função da votação, os servidores entraram hoje em greve, por tempo indeterminado.

Mais cedo, o vereador de oposição Marcelo Sgarbossa (PT) protocolou um requerimento de adiamento da votação, que dependia de 19 votos para ser aprovado. Dos 36 vereadores, porém, 22 votaram contra o pedido e, por isso, a sessão continua. A estimativa é de que ela se estenda até a madrugada. Pelo menos 20 emendas foram protocoladas ao projeto. Todas devem ser discutidas uma a uma antes da votação final.

Também hoje, o Tribunal de Justiça rejeitou um pedido da oposição para protelar a votação do projeto. A Justiça entendeu que o recurso chegou fora do prazo.

A base do prefeito Nelson Marchezan Jr. depende de 19 votos para aprovar o texto. O governo calcula que conta com o com apoio de pelo menos 20 vereadores.

A sessão ordinária vai até as 18h45min, podendo ser prorrogada por duas horas. Após, vereadores devem convocar sessão extraordinária, com até mais quatro horas de duração. A expectativa é de que o plenário não seja esvaziado até que o projeto seja votado.

*Com informações dos repórteres Lucas Rivas e Jessica Hübler