O ministro da Educação, Ricardo Vélez, vai discutir a implantação do modelo cívico-militar na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), onde, no último dia 13, dois ex-alunos entraram armados e atiraram contra funcionários e estudantes. A tragédia provocou dez mortes e outras 11 pessoas se feriram. Nesta sexta-feira, no Twitter, o ministro disse que vai se encontrar com o prefeito da cidade, Rodrigo Ashiuchi, na segunda-feira, para estudar a viabilidade.
Vélez anunciou que vai antecipar o repasse anual do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para a escola. O PDDE destina-se às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e a outras instituições que preenchem os requisitos estipulados pelo MEC. As escolas devem ofertar programas de formação inicial ou continuada a profissionais da educação básica.
Todos os anos, os repasses são feitos em duas parcelas, uma delas efetivada até 30 de abril e a segunda, até 30 de setembro.
A escola Raul Brasil reabriu esta semana, mas as aulas ainda não foram retomadas de forma efetiva. Equipes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Prefeitura, psicólogos da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), Universidade de São Paulo (USP), entre outras instituições, oferecem atendimento psicossocial especializado para funcionários, alunos e familiares.
No ataque, entre os mortos havia cinco estudantes, duas funcionárias, um empresário e os dois atiradores.
Escolas cívico-militares
As escolas cívico-militares preveem gestão compartilhada entre sociedade civil e militares. Atualmente, são cerca de 120 escolas em 17 estados do país com o modelo, a maior parte em Goiás, com 50 estabelecimentos de ensino, de acordo com levantamento da Polícia Militar do Distrito Federal (DF).
Aumentar o número de escolas cívico-militares no país é uma das prioridades do MEC, que passou a contar com uma Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares.
Procurada, a Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, esclarece que a Escola Estadual Professor Raul Brasil pertence à rede estadual, ficando, portanto, a cargo do governo do estado e não da prefeitura. A secretaria informou não ter sido procurada pelo MEC e que portanto ainda não pretende se manifestar.