Temer e Moreira Franco ficarão detidos em unidade prisional onde está Pezão

Ambos devem ter tratamento especial, conforme os procuradores, em função dos cargos que exerciam

O ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco, presos hoje, em um desdobramento da Operação Lava Jato, ficarão detidos em uma cela especial da Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. No local, segue detido o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão, preso no exercício do cargo. Pezão é acusado de receber propina e corromper agentes públicos com pagamentos ilegais, que movimentaram cerca de R$ 40 milhões entre 2007 e 2015. O governador rebate as acusações.

A determinação sobre Temer e Moreira é do juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, e atende um pedido da Força Tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal. Os procuradores alegaram que, por ser ex-presidente da República, Michel Temer deve ter tratamento especial, assim como Moreira Franco, que era ministro até dezembro de 2018.

O coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, também vai ter direito a cela especial no Estado Maior da PM, em Niterói. Segundo o MPF, o coronel, amigo pessoal de Temer, é o operador do esquema de corrupção chefiado pelo ex-presidente.

Michel Temer foi preso em casa, em São Paulo, e Moreira Franco, ao desembarcar no Aeroporto Internacional Galeão-Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Ambos devem passar por exame de corpo delito antes de serem levados para a unidade prisional. As prisões do coronel Lima e da esposa, Maria Rita Fratezi, não foram confirmadas até o momento.

Acusação
O ex-presidente e o ex-ministro são acusados de receber cerca de R$ 1 milhão em propina em meio a obras relacionadas à Usina de Angra Três, por meio de empresas de fachada, e lavagem de dinheiro. A pedido da força-tarefa da Lava Jato, a Justiça Federal determinou a prisão preventiva de mais quatro pessoas e a prisão temporária de mais duas.