Prisões de Temer e Moreira Franco trazem “certa alegria”, admite Requião

Para ex-senador do MDB, detenções podem tirar foco das “trapalhadas”do governo Bolsonaro

Ex-senador concedeu entrevista à Rádio Guaíba nesta segunda (17) | Foto: EBC

O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) considera que as prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco, realizadas nesta quinta-feira, trouxeram “certa alegria” em função da participação deles no esquema de recebimento de R$ 160 milhões de propina de obras relacionadas à Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro. “Depois de todo o mal feito ao Brasil pelo governo do Temer, com a participação fundamental de Moreira Franco, fica uma certa alegria pelo encarceramento dos dois”, destacou.

Em entrevista à Rádio Guaíba, Requião afirmou, porém que a ofensiva da Lava Jato coloca em segundo plano as “trapalhadas” do governo Bolsonaro ocorridas nesta semana durante agenda nos Estados Unidos. “É evidente que esse encarceramento tira o foco das últimas trapalhadas do Bolsonaro nos Estados Unidos e de seu ministério”, avaliou.

Presos nesta quinta-feira, Temer e Moreira Franco comemoraram a detenção de opositores políticos nos corredores do Planalto, lembrou Requião. “Não me entristece o que está acontecendo, pois o Temer e o Moreira festejavam o que acontecia com os outros, quando eles estavam no poder”, pontuou.

O ex-governador do Paraná também disse acreditar que as prisões possam ser revistas por meio de recursos no Supremo Tribunal Federal e avaliou que a ofensiva da Lava Jato contra a cúpula do MDB ocorre justamente em meio a questionamentos sobre o enfraquecimento da operação.

As prisões preventivas foram pedidas pelo Ministério Público Federal e determinadas pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, no âmbito de operações decorrentes da Lava Jato, cujos alvos são pagamentos ilegais a políticos durante a construção da usina nuclear.