A defesa do ex-presidente Michel Temer (MDB) ingressou com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o recurso vai ser analisado pelo desembargador federal Ivan Athié.
Segundo o tribunal, o magistrado fica encarregado de analisar a questão por prevenção, já que se trata de caso conexo com a Operação Pripyat, que é de relatoria dele. A Pripyat foi deflagrada em julho de 2016 no Rio de Janeiro e Porto Alegre, tendo como alvo o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva. Até agora, só os advogados de Temer entraram com pedido de habeas corpus no tribunal em relação à operação deflagrada hoje.
O advogado do ex-presidente, Eduardo Carnelós, disse, em nota, que não há fundamentos na prisão. “Resta evidente a total falta de fundamento para a prisão decretada, a qual serve apenas à exibição do ex-presidente como troféu aos que, a pretexto de combater a corrupção, escarnecem das regras básicas inscritas na Constituição da República e na legislação ordinária”, cita um trecho do comunicado.
Temer foi preso nesta quinta no âmbito da Operação Lava Jato por ordem do juiz federal Marcelo Bretas. Na investigação, são apurados supostos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, em razão de possíveis pagamentos ilícitos feitos por determinação do empresário José Antunes Sobrinho, da empresa de engenharia Engevix, para o grupo criminoso, supostamente liderado por Michel Temer, bem como de possíveis desvios de recursos da Eletronuclear para empresas indicadas pelo referido grupo.
A operação de hoje é decorrente da Operação Radioatividade. A investigação se baseia em delações do empresário José Antunes Sobrinho, ligado à Engevix, e do corretor Lucio Funaro.
O ex-presidente da República é alvo de mais nove inquéritos criminais em diferentes seções judiciárias no País.