A Fundação Renova apresentou hoje (14) uma previsão das atividades a serem desenvolvidas em 2019 visando a reparação dos danos causados pela tragédia de Mariana (MG). Também foi divulgado o orçamento para este ano. Devem ser gastos R$ 2,94 bilhões, 35% a mais do que o previsto para 2018. A maior parte dos recursos deverá ser usada nos pagamentos de indenizações e de auxílios emergenciais.
A tragédia de Mariana ocorreu em novembro de 2005, quando 39 milhões de metros cúbicos de lama vazaram após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco. O episódio deixou comunidades e florestas destruídas, mananciais da bacia do Rio Doce poluídos e 19 mortos. Para reparar os danos, foi firmado em maio de 2016 um acordo entre a Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Na época, estimou-se que seriam necessários cerca de R$ 20 bilhões, a serem gastos ao longo de 15 anos. Foram definidos 42 programas que englobam, por exemplo, as indenizações, a reconstrução das comunidades, a garantia de educação e saúde aos atingidos e a recuperação ambiental. O acordo também estabeleceu a criação da Fundação Renova, que ficou responsável pela gestão dos programas usando recursos das três mineradoras.
Para definir o orçamento deste ano, a Fundação Renova levou em consideração que quase a totalidade do montante previsto para 2018 foi executado. A entidade espera que o programa de indenizações seja praticamente concluído em 2019 e, para tanto, são previstos gastos que somam aproximadamente R$ 1,1 bilhão. O montante representa 36% do orçamento, a maior fatia dos recursos previstos. Esse valor inclui também os custos do auxílio emergencial, que não configura verba indenizatória e deve ser pago mensalmente por meio de um cartão concedido a quem perdeu sua renda em decorrência do rompimento da barragem. A quantia é de um salário mínimo, acrescido de 20% para cada dependente, além do valor de uma cesta básica.