Contrários ao aumento da tarifa, concessionários de lotações falam em falência do serviço

A partir da próxima quarta-feira (13) o preço passa de R$ 6 para R$ 6,60

Foto: Samuel Maciel / CP Memória

Dirigentes da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL) dizem estar abismados com a justificativa da prefeitura da Capital para o aumento da tarifa das lotações. A partir da próxima quarta-feira, o preço passa para R$ 6,60. Atualmente, a tarifa em vigor é de R$ 6,00.

Os permissionários são contra o reajuste e afirmam que isso pode implicar na queda no número de passageiros transportados. A Associação quer, ainda, alterar o artigo da lei para que calcula que o valor da tarifa seja entre 1,2x e 1,5x dos ônibus. Também a partir da próxima quarta-feira, o preço da passagem dos ônibus municipais passa a custar R$ 4,70.

Em nota, a ATL afirma que o sistema de transporte por lotação não teve a “mesma consideração da prefeitura quando ingressou os aplicativos de transporte individual e ‘compartilhado’” no município. Ainda de acordo com a Associação, o transporte por aplicativos abalou “consideravelmente o equilíbrio econômico do Sistema Lotação (além do próprio ônibus, escolar e táxi), levando-nos a crise atual, com a possibilidade da falência de um Sistema que há 42 anos atende a população de Porto Alegre”.

Atualmente, as 31 linhas e 16 ramais que operam na cidade transportam cerca de 50 mil pessoas por dia, contando com uma frota de 429 veículos, que são equipados com ar-condicionado e bancos reclináveis. Contando com linhas especiais para a Restinga e Belém Novo, as lotações atendem a 95% dos bairros de Porto Alegre.

Posição da prefeitura

Por meio de uma nota oficial, a Prefeitura de Porto Alegre indicou, na semana passada, que não deverá atender os permissionários dos táxi-lotações e confirmou o reajuste na tarifa, programado.

“O serviço de Lotação é complementar ao sistema e tem o seu valor atrelado ao da passagem de ônibus exatamente para que não haja uma concorrência desigual entre eles e prejudique o principal meio de transporte”, diz a nota da Prefeitura.

Leia a nota da ATL

O que nos deixa abismado com a justificativa apresentada pela prefeitura, que a aprovação da nossa solicitação mantendo a tarifa sem reajuste viria abalar o equilíbrio financeiro do ônibus é que, o Sistema Lotação não teve essa mesma consideração da prefeitura quando ingressou os aplicativos de transporte individual e “compartilhado” (que foi muito apoiado pelo prefeito Marchezan) sem regulamentação, inclusive de tarifa, que acabou abalando consideravelmente o equilíbrio econômico do Sistema Lotação (além do próprio ônibus, escolar e táxi), levando-nos a crise atual, com a possibilidade da falência de um Sistema que há 42 anos atende a população de Porto Alegre.

É importante lembrar, que é o transporte “coletivo”, seja por ônibus ou Lotação, quem muito contribui pela mobilidade urbana desafogando a cidade dos veículos individuais.