Polícia ainda tem poucas informações sobre morte de motorista de aplicativo em Gravataí

Delegado não descarta nenhuma linha de investigação

A Polícia Civil não descarta nenhuma linha de investigação sobre a morte da cabeleireira e motorista de aplicativo Caroline Nogueira Rodrigues, de 36 anos, que teve o corpo encontrado na noite de sexta-feira em uma estrada de chão batido na localidade do Barro Vermelho, na região rural de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A identificação da vítima foi possível, conforme o titular da DPHPP do município, delegado Eduardo Amaral, porque os familiares de Caroline buscaram a Polícia Civil para notificar o desaparecimento.

“Não sabemos se naquele momento ela estava realizando alguma corrida por aplicativo. Estamos investigando homicídio, latrocínio – já que o carro em tese foi levado e encontrado carbonizado -, também tem hipótese de ser feminicídio, quando existe algum fundo passional, não descartamos nenhuma linha por enquanto”, ressaltou o delegado.

A polícia não localizou o telefone celular ou qualquer outro pertence de Caroline, que possa auxiliar na investigação. A empresa Uber, segundo o delegado, já foi contatada para que seja feita a confirmação se ela estava atuando no aplicativo no momento do crime ou não. “Mantivemos contato com a empresa e provavelmente durante a semana tenhamos a informação do trajeto da pessoa que contratou a última corrida, são informações importantes para a investigação”, explicou o delegado.

Segundo ele, superficialmente foi possível identificar apenas as marcas dos disparos de arma de fogo e, por conta disso, foi solicitado uma série de exames para investigar algum outro vestígio de agressão no corpo da vítima. Durante a semana familiares, colegas de trabalho e amigos da Caroline devem ser ouvidos pela polícia. “Temos que conhecer mais a vítima, também, saber os vínculos dela para definir qual linha de investigação deve seguir. Temos que avaliar todas as circunstâncias”, reiterou.

O delegado Amaral explicou que se a investigação for encaminhada para uma linha de latrocínio, será transferida para algum dos distritos de Gravataí. Já se for feminicídio, iria para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). “Mas o impulso inicial é homicídio. Se mudar essa hipótese, daremos o encaminhamento necessário”, enfatizou, assinalando que a definição deve se dar até o final da semana.

A Uber se manifestou sobre o ocorrido. “Traz enorme tristeza à Uber que cidadãos que desejam apenas trabalhar ou se deslocar sejam vítimas da violência que permeia nossa sociedade. Compartilhamos nossos sentimentos com a família de Caroline Nogueira Rodrigues neste momento tão difícil, e esperamos que as autoridades tragam os responsáveis à justiça o mais rapidamente possível. Camila atuava como motorista parceira, mas suas últimas viagens pelo aplicativo da Uber foram concluídas normalmente, não havendo, ao que tudo indica, qualquer relação com o ocorrido. De qualquer forma, a Uber permanece sempre à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações, na forma da lei”.