Confronto com militares deixa dois indígenas mortos na Venezuela

Grupo fazia barricada para garantir entrada de ajuda humanitária e foi alvo de ação do Exército Venezuelano

Indígenas faziam barricada para garantir entrada de ajuda humanitária Foto: Reprodução Twitter deputado Angel Medina Devis

Duas pessoas morreram em um confronto entre forças do Exército Venezuelano e um grupo de indígenas na localidade de San Francisco de Yuruaní, em Kumaracupay, a cerca de 80 quilômetros da cidade brasileira de Pacaraima, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela. As informações são do jornal venezuelano El Nacional.

A mídia local fala ainda em 22 feridos, sendo que alguns deles estariam em estado grave, o que pode aumentar o número de vítimas fatais.

Segundo a agência EFE, os mortos foram identificados como sendo Rolando García e Zoraida Rodríguez, ambos da etnia pemon.

O deputado Américo de Grazia, que faz parte da oposição ao governo de Nicolás Maduro, informou que os pemon mantêm retido o general José Montoya, que seria o responsável pela operação.

Jornais locais também informam que os feridos mais graves foram levados para hospitais em Boa Vista, capital de Roraima. A passagem das ambulâncias com os feridos foi uma exceção na fronteira Venezuela-Brasil, que está fechada desde quinta-feira à noite por ordem de Maduro.

Os indígenas da etnia pemon haviam formado uma barricada na estrada Troncal 10, que faz a ligação do interior da Venezuela com a passagem fronteiriça entre Santa Elena de Uairén e Pacaraima, em Roraima.

A intenção dos pemon era garantir que a ajuda humanitária enviada pelo Brasil à fronteira venezuelana pudesse entrar no país.

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De acordo com relatos nas redes sociais, os homens do Exército chegaram em um pequeno ônibus e desceram atirando contra os indígenas na barricada.