Onyx classifica como “falta de ética” vazamento de conversa entre ele e Bolsonaro por um jornalista

Ministro diz ter ligado sem querer para o jornalista, que gravou a conversa dele com o presidente

Foto: Wilson Dias / Agência Brasil / CP

Em entrevista ao programa Bom Dia, da Rádio Guaíba, na manhã desta quinta-feira, o ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, classificou como “falta de ética” o vazamento do áudio nessa quarta-feira de uma ligação, que diz ter feito sem querer, para um jornalista do O Globo. O jornalista registrou a chamada de uma conversa sigilosa entre o ministro e o presidente Jair Bolsonaro.

“Lamentavelmente, vivemos em uma área de muita dificuldade com a questão ética e moral. Uma parte da imprensa parece querer destruir as reputações de todos e não se importa com o futuro do país”, ressaltou.

Onyx ainda diz que o conteúdo da ligação “não tem nada demais”. Ele alega que o que lhe incomodou foi a “falta de ética, de freio moral, desse jornalista que tinha que ter tido a decência de me ligar e dizer que ouviu a conversa”.

Conforme o ministro, ele havia recebido uma mensagem de texto, pelo WhatsApp, do jornalista. Na sequência, o presidente o chamou e Onyx guardou o celular no bolso. “Eu parei de ler a conversa e guardei o telefone no bolso. Eu acho que, no deslocamento, o telefone acionou uma chamada de WhatsApp para este jornalista. Depois eu chequei e tinha uma ligação registrada de 5 minutos e 23 segundos. Uma ligação que eu não fiz, foi acidental”, explica.

Na conversa, Bolsonaro fala para Lorenzoni negociar um acordo com Bebianno, para que o ex-ministro não o ataque. Onyx diz que já conversou com Bebianno sobre o assunto e que ele deu a palavra de que não o atacaria. O presidente, no entanto, se mostrava preocupado por ainda ser representado por Bebianno em processos judiciais.

Em uma parte do áudio, o presidente diz que se Bebianno o cobrar, ele está f*dido. Bolsonaro diz: “Tem que vender uma casa minha para poder pagar”.

“O presidente está preocupado, porque durante o período de campanha, Bebianno foi o coordenador de questões partidárias, como presidente interino do PSL. Além disso, ele ainda era o advogado de Bolsonaro. Pelos ataques que sofreu, o presidente têm diversos processos. Tem que pagar honorários. Aí ele disse aquilo, falou até um palavrão, desse jeito mais dele, mais simples”, esclarece o ministro.

Confira a íntegra da entrevista: