Depois do sorteio da Libertadores, muitos imaginavam que o São Paulo passaria pelas fases prévias e ingressaria no grupo de Inter, River Plate e Alianza Lima. Talvez o Independiente de Medellín pudesse fazer frente. Pois bem… Talleres e Palestino surpreenderam, eliminaram os favoritos e agora vão definir quem entra em um dos “grupos da morte” da competição.
TALLERES NÃO É SÓ GUIÑAZÚ
O time de Córdoba é reduzido em solo tupiniquim ao rótulo de “time do Guiñazú”. Não. O veterano argentino de 40 anos é o pulmão do time, mas ele não joga sozinho. A defesa não foi vazada nos últimos quatro jogos e o time está invicto em 2019, com quatro vitórias e quatro empates.
Nestes mapas podemos observar as diferentes estratégias do Talleres nos jogos contra o São Paulo. O primeiro representa o jogo em Córdoba; o segundo, a partida de volta, no Morumbi. Precisando construir o placar em casa, a movimentação do time argentino está concentrada na área central, propondo o jogo. O mapa seguinte, com o 2×0 construído na ida, representa bem a ideia de um time explorando contra-ataques pelo lado do campo, ao redor da área.
A diferença destes dois campos é facilmente explicada pelo resultado obtido no jogo de ida. Propondo o jogo, o Talleres circulou a bola ao redor da área do São Paulo e teve seus meio-campistas com mais liberdade. Destaque para Juan Ramírez e Pochettino, autores dos gols, e para o sempre perigoso Dayro Moreno. O segundo campo apresenta um time com concentração de posse de bola na defesa e nos lados do campo. Com o 2×0 no agregado, não houve a necessidade de exposição.
Juan Pablo Vojvoda escalou o mesmo time nos dois jogos: Guido Herrera, Godoy, Tenaglia, Komar e Enzo Díaz; Guiñazú, Cubas e Juan Ramírez; Palacios, Pochettino e Dayro Moreno.
PALESTINO É A SURPRESA SEM RITMO
O Palestino disputou apenas um jogo oficial pelo Campeonato Chileno este ano. Foi na última semana, quando perdeu para o La Calera por 2×0. O time deu as caras em 2019 já disputando a Libertadores e eliminou, com dois empates, o favorito Independiente de Medellín.
Jogando com um losango no meio-campo, o Palestino tem um time até certo ponto inocente na parte defensiva. Difícil precisar se esta dificuldade dá-se pela fragilidade técnica do time ou pela falta de ritmo de jogo, visto que os primeiros jogos oficiais da equipe na temporada foram justamente estes da fase prévia da Libertadores. Quando tem a bola, destaque para o volante Julián Fernández, por onde as jogadas começam.
O experiente e goleador atacante Roberto Gutiérrez, com 35 anos, é a referência do Palestino. O problema é que a bola dificilmente chega em condições para ele. Pela idade avançada, é natural que tenha dificuldades físicas para voltar e ajudar na criação. Quando isto acontece, a profundidade fica a cargo do argentino Passerini, recém contratado.
Ivo Basay escalou o mesmo time nos dois jogos: Ignacio González; Soto, Alejandro González, Luis Mago e Véjar; Julián Fernández, Agustín Farías, César Cortés e Luis Jiménez; Passerini e Roberto Gutiérrez.
FAVORITISMO
O Talleres é melhor, mas e daí? O São Paulo era superior ao time argentino e acabou eliminado. O Independiente de Medellín também era mais time que o Palestino e acabou dando adeus à competição após decisão por pênaltis.
O Inter aguarda seu adversário para a estreia na fase de grupos da Libertadores. O jogo de ida é hoje, às 19h15min. A Rádio Guaíba transmite e eu estarei nos comentários.