Pouco mais de 4% das instituições cadastradas no Sistema Estadual de Museus têm Plano Museológico, conforme determina legislação de 2009. Segundo a coordenadora do Sistema, Carine Duarte, o déficit é considerável e precisa avançar. Ela lembrou que do mapeamento realizado foram identificados 588 instituições no Rio Grande do Sul, sendo que destas, apenas 381 estavam cadastrados no Sistema.
“Dezesseis retornaram informando terem o plano e quatro informaram que estão em implementação”, revelou nesta segunda-feira, durante o primeiro encontro para o processo de elaboração dos planejamentos, que reuniu diretores de museus no auditório do Margs, no centro de Porto Alegre.
A qualificação é coordenada pela diretora do Museu Julio de Castilhos, Dóris Couto. Ela explicou que o plano é importante porque tem benefícios permanentes para os espaços, como a preservação dos acervos próprios, assim como amplia as chances dos museus em concorrências de editais. “Muitos editais internacionais utilizam o plano como critério. Além disso, ele é uma ferramenta de gestão e que oportuniza vantagens, como identificação das fraquezas, como problemas de edificação”, destacou aos presentes.
Os planos devem trazer uma visão geral do museu, com o detalhamento do funcionamento em sua totalidade, as metas, os prazos, os responsáveis, estimativas de orçamento e fontes de financiamentos. Além disso, foi explicado que os documentos não são fixos, mas que devem estar em constante atualização. “Alguns museus só têm indicadores de público, não têm dados aprofundados sobre a percepção dos visitantes, por exemplo”, disse.
Na ocasião, a secretária estadual da Cultura, Beatriz Araújo, anunciou a criação de uma força tarefa para identificar fragilidades e buscar caminhos de corrigi-las nos próximos meses. “Vamos trabalhar juntos”, enfatizou, ao recordar que desde o início do governo as ações foram mais no sentido de reorganizar a secretaria. “Passamos por um momento de superação do ‘serviço braçal'”, comentou.