Um grupo de deputados federais irá a Brumadinho (MG), nesta sexta, a fim de averiguar a situação da cidade após o rompimento da barragem da mineradora Vale, ocorrido em 25 de janeiro. Os congressistas fazem parte de uma comissão especial criada para acompanhar as consequências do incidente. A equipe deseja realizar uma inspeção no local do rompimento. Após a primeira etapa dos trabalhos, a comissão prevê organizar audiências públicas para discutir o tema e aperfeiçoar legislação nacional sobre a atividade de mineradoras.
O coordenador da equipe, deputado Zé Silva (SD-MG), propôs a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta quinta (07), o parlamentar explicou que a CPI deve ser mista, composta por membros da Câmara e do Senado, e com poder de polícia. O deputado mineiro prometeu acompanhar todos os passos da investigação policial e do Ministério Público. Silva ainda cobrou celeridade na votação de leis que fortaleçam a estrutura pública de fiscalização e que regulem a atividade de empresas como a Vale. “Falta uma legislação mais dura, que não seja leniente, para que fatos como esse não aconteçam”, protestou. O parlamentar citou casos de países como Estados Unidos, Itália e África do Sul, que passaram por tragédias semelhantes e aplicaram regras rígidas para evitar novas ocorrências.
Plano de trabalho da Comissão Externa da @camaradeputados que vai apurar a o rompimento da barragem de Brumadinho. Deputado Zé Silva (SD-MG) lidera o grupo e quer a criação de uma CPI. @RdGuaibaOficial pic.twitter.com/SKnWc2vgnv
— Gustavo Chagas (@gmchagas) 7 de fevereiro de 2019
O deputado Zé Silva também comentou sobre a troca de e-mails entre profissionais da Vale e de duas empresas ligadas à segurança da barragem de Brumadinho. O material interceptado pela Polícia Federal mostrou que a mineradora já havia identificado problemas no sistema de monitoramento da estrutura. “É crime, não é tragédia e nem desastre”, pontuou o parlamentar. “O mais urgente que precisa é punição”, concluiu.