Sítio de Atibaia: juíza estipula que Lula e outros réus devolvam R$ 86,4 milhões

Maior valor se refere aos crimes de corrupção ativa e passiva: R$ 85 milhões

Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula / Divulgação / CP Memória

A juíza federal Gabriela Hardt, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava Jato em Curitiba, estipulou em R$ 86,4 milhões o valor mínimo a ser cobrado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e demais condenados por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro na ação penal que envolve o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). O político recebeu hoje pena de 12 anos e 11 meses de prisão, e pode agora recorrer da decisão à 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre. Em janeiro do ano passado, ele já havia sido condenado, em segunda instância, a 12 anos e um mês no caso relativo à propriedade de um tríplex do Guarujá. O ex-presidente segue preso, em Curitiba, desde 7 de abril do ano passado.

O maior valor se refere aos crimes de corrupção ativa e passiva: R$ 85 milhões. “Valor equivalente ao destinado para núcleo de sustentação da Diretoria de Serviços da Petrobras nos contratos relacionados”, explicou Gabriela.

A sentença soma 360 páginas. Também foram condenados os empresários José Adelmário Pinheiro Neto, o Léo Pinheiro, ligado a OAS, a 1 ano, 7 meses e 15 dias, o pecuarista José Carlos Bumlai a 3 anos e 9 meses, o advogado Roberto Teixeira a 2 anos de reclusão, o empresário Fernando Bittar (proprietário formal do sítio) a 3 anos de reclusão e o empresário ligado à OAS Paulo Gordilho a 3 anos de reclusão.

A juíza condenou os empresários Marcelo Odebrecht a 5 anos e 4 meses , Emilio Odebrecht a 3 anos e 3 meses, Alexandrino Alencar a 4 anos e Carlos Armando Guedes Paschoal a 2 anos. O engenheiro Emyr Diniz Costa Junior recebeu 3 anos de prisão. Todos são delatores e, por isso, vão cumprir as penas acertadas em cada acordo respectivo. Gabriela Hardt absolveu Rogério Aurélio Pimentel, o “capataz” das obras do sítio.

A Lava Jato sustenta que o sítio passou por três reformas: uma sob comando do pecuarista José Carlos Bumlai, no valor de R$ 150 mil, outra da Odebrecht, de R$ 700 mil e uma terceira reforma na cozinha, pela OAS, de R$ 170 mil, em um total de R$ 1,02 milhão.