Uma pesquisa inédita no litoral Norte do Rio Grande do Sul conta com a participação da população para compreender como ocorre a deriva de animais marinhos encontrados mortos em praias gaúchas. A ação, que começou na segunda-feira, é parte do projeto Conservação da Toninha no litoral Norte do Rio Grande do Sul, coordenado pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (Gemars), em parceria com o Ceclimar/Ufrgs, Uergs e Unisinos.
Conforme o biólogo Mauricio Tavares, do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), a pesquisa vai servir para entender de que forma as correntes marinhas e os ventos interferem sobre a deriva para que se saiba, por exemplo, quanto tempo um animal que morre em alto-mar leva para chegar à praia.
Mais três experimentos foram programados ainda para 2019. Nessa terça, o Ceclimar lançou ao mar, com o auxílio de uma embarcação, 150 garrafas de vidro verdes, entre Tramandaí e Cidreira, que atuarão como flutuadores. Além delas, serão usadas carcaças frescas de animais marinhos (toninhas, tartarugas, pinguins e outras aves marinhas) encontrados mortos na orla do Rio Grande do Sul.
Como funciona
Todas as carcaças e garrafas contarão com um código de identificação, um telefone (whatsapp) e um e-mail para contato. Para atingir o melhor resultado possível, as pessoas devem anotar o horário e o local mais preciso possível onde as garrafas e as carcaças foram parar. Segundo Tavares, isso vai permitir saber, com maior precisão, a distância que percorreram, e em quanto tempo.
Primeiros resultados já saíram
Em pouco mais de 12 horas após a soltura do primeiro lote de flutuadores e carcaças em Tramandaí, as primeiras recuperações começaram a aparecer no município de Xangri-lá entre a guarita 92 e a Plataforma de Atlântida. Conforme o Ceclimar, já foram recuperados 12 flutuadores e uma ave marinha, todos em Xangri-lá.