Defesa de Lula vê “perseguição política” e “uso perverso da lei” em sentença

Advogado Cristiano Zanin Martins antecipa que vai recorrer da condenação a 12 anos e 11 meses de prisão

Foto: Sylvio Sirangelo / TRF4

A defesa do ex-presidente Lula afirmou, nesta quarta-feira, que vai recorrer da condenação a 12 anos e 11 meses na ação referente ao Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, proferida pela juíza Federal Gabriela Hardt. Segundo o advogado Cristiano Zanin Martins, a magistrada “segue a mesma linha” do ex-juiz Sérgio Moro, fazendo “uso perverso das leis” para fins de “perseguição política” contra o ex-presidente. Detalhes da nota foram divulgados, no início da noite, pelo jornal O Estado de S.Paulo.

A juíza sentenciou o ex-presidente pelos supostos crimes de corrupção passiva e ativa, e lavagem de dinheiro, envolvendo pagamentos de R$ 1 milhão das empreiteiras OAS, Odebrecht e Schahin para custear as reformas do imóvel.

Segundo a defesa, “uma vez mais a Justiça Federal de Curitiba atribuiu responsabilidade criminal ao ex-presidente tendo por base uma acusação que envolve um imóvel do qual ele não é o proprietário, um “caixa geral” e outras narrativas acusatórias referenciadas apenas por delatores generosamente beneficiados”.

“A decisão desconsiderou as provas de inocência apresentadas pela Defesa de Lula nas 1.643 páginas das alegações finais protocoladas há menos de um mês (07/01/2019) – com exaustivo exame dos 101 depoimentos prestados no curso da ação penal, laudos técnicos e documentos anexados aos autos”, sustenta Zanin.

O advogado afirmou que se chega “ao ponto de a sentença rebater genericamente a argumentação da defesa de Lula fazendo referência a “depoimentos prestados por colaboradores e corréus Leo Pinheiro e José Adelmário” (p. 114), como se fossem pessoas diferentes, o que evidencia o distanciamento dos fundamentos apresentados na sentença da realidade”.