Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara

Deputado do DEM presidirá a Casa pela 3ª vez

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O deputado Rodrigo Maia, do DEM, se reelegeu em primeiro turno, na noite desta sexta-feira, e vai seguir presidindo a Câmara Federal, pelos próximos dois anos. Ele recebeu 334 votos, 77 a mais que o mínimo necessário para a vitória. Como todos os 512 parlamentares que tomaram posse participaram da votação, a maioria absoluta era de 257 votos para a vitória em primeiro turno.

Essa é a terceira recondução de Maia, de 48 anos, ao cargo. É a primeira vez na história que um parlamentar comanda a Câmara por três vezes seguidas.

Ao agredecer os votos, Maia disse que vai comandar a votação de reformas no país “de forma pactuada”, com integração de governadores, parlamentares e sociedade.

Rodrigo Maia ganhou com o apoio do maior bloco parlamentar da legislatura, composto por 301 deputados de 11 partidos diferentes. Entre eles, a sigla do presidente da República, Jair Bolsonaro, o PSL (52), além de PP (38), PSD (35), MDB (34), PR (33), PRB (30), DEM (29), PSDB (29), PTB (10), PSC (8) e PMN (3).

Em segundo lugar, ficou o deputado Fábio Ramalho, do MDB, e, em terceiro, Marcelo Freixo, do PSol.

Recém-eleito ao cargo de presidente da Câmara, Rodrigo Maia passou a presidir o restante da sessão de hoje, que ainda vai definir os demais cargos da Mesa Diretora.

Confira o resultado completo:

Rodrigo Maia (DEM-RJ): 334 votos
Fábio Ramalho (MDB-MG): 66 votos
Marcelo Freixo (PSol-RJ): 50 votos
João Henrique Caldas (PSB-AL): 30 votos
Marcel Van Hattem (Novo-RS): 23 votos
Ricardo Barros (PP-PR): 4 votos
General Peternelli (PSL-SP): 2 votos
Branco: 3 votos

Por que Maia venceu

Conhecido como articulador e habilidoso em negociações com partidos de divergentes correntes ideológicas, Maia conseguiu atrair, além da corrente majoritária, apoio de partidos de esquerda como PCdoB e PDT. “Meu perfil é de equilíbrio, capacidade de diálogo, de conversar com todas as correntes políticas e ideológicas. Vivemos um momento de radicalização, o Parlamento vai ser a Casa que vai trazer essa radicalização a um ponto de equilíbrio”, disse.

Na gestão como presidente da Casa, Maia conduziu a aprovação da reforma trabalhista e também da atualização da legislação eleitoral – que incluiu, entre outros pontos, a chamada “cláusula de barreira”, um mecanismo que busca impedir reduzir os partidos com pouca representação na Câmara, além de criar um fundo com recursos públicos para custear campanhas.

O que ele defende

Defensor de pautas econômicas, Maia já afirmou que vai priorizar a votação de medidas de ajuste fiscal que ajudem a reduzir os gastos públicos. “O desemprego cai muito pouco, sobe a informalidade quando o emprego cai, a extrema pobreza continua na ordem de 15 milhões de brasileiros. A nossa responsabilidade é muito grande”, afirmou.

Rodrigo Maia defende que a reforma da Previdência não seja fatiada por setores e também a elaboração de um novo pacto federativo, para aliviar as dívidas de estados e municípios, outra pauta em concordância com a área econômica do atual governo.

“Se nós não reformarmos o Estado brasileiro, cortarmos despesas, não adianta pensar em investimento. O governo federal como um todo, estados e municípios perderam a capacidade de investir e nós só vamos recuperá-la quando tivermos a capacidade de dizer: não dá mais para o Estado brasileiro custar o que custa, não dá mais para Previdência gerar um déficit tão grande como gera a cada ano a favor dos que ganham mais e contra os que ganham menos. A Previdência brasileira é o maior sistema de transferência de renda do mundo, a maior injustiça social do mundo porque beneficia os que se aposentam com R$ 30 mil e prejudica os que se aposentam com um salário mínimo com 65 anos”, argumentou.