O governo Jair Bolsonaro conseguiu articular acordo com a cúpula das Forças Armadas para proposta que aumenta tempo mínimo de serviço da categoria em cinco anos, segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira. Se aprovada, proposta prevê que militares prestem serviço por pelo menos 35 anos antes de integrarem a reserva. O alto escalão militar pede, em contrapartida, uma reestruturação da carreira e benefícios como o aumento salarial. A equipe técnica do ministério da Economia estuda alternativas para as Forças Armadas, como cobrar a contribuição previdenciária de pensionistas e alunos em formação na carreira militar. Essas propostas ainda não enfrentaram resistências da categoria.
De acordo com a Folha de São Paulo, Mourão foi um dos principais articuladores e já se pronunciou publicamente a favor do aumento do tempo mínimo de serviço, que precisa ter aprovação da maioria dos deputados presentes na sessão, o que preocupa membros da Cúpula militar que se opõe o texto.
A proposta está em elaboração pelos técnicos da equipe econômica e deve passar pelo aval do presidente Jair Bolsonaro mesmo que haja consenço. Ainda não há definição de datas para que o texto chegue ao Congresso Nacional, mas os assessores do governo acreditam que proposta já tramitem com as mudanças nas aposentadorias dos trabalhadores dos setores público e privado.
Desde o início do governo, militares que fazem parte da equipe do Governo Bolsonaro se manifestaram favoraveis a que a categoria seja poupada da reforma da Previdência, entretanto, o rombo nas contas preocupam a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. Parte da cúpula militar defende que a reforma das Forças Armadas seja feita posteriormente, já que o projeto de lei tramita com mais velocidade que o endurecimento nas regras para aposentadoria. A reforma para o setor privado depende do apoio de 308 deputados e 49 senadores para que o texto, que altera a Constituição, seja aprovado em dois turnos em cada uma das Casas.