“O sistema anda no limite”, declara diretor-geral do Dmae

Afirmação é decorrente de mais um dia de reclamações por falta de água da Lomba do Pinheiro

Foto: Foto: Mauro Schaefer/CP

“O sistema anda no limite”. Essa foi a afirmação hoje do diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Darcy Nunes dos Santos, após novas reclamações de desabastecimento na região da Lomba do Pinheiro, na zona Leste da Capital. Conforme Santos, a única maneira de resolver definitivamente o problema é a construção de uma nova estação na zona Sul, com o dobro da capacidade da estrutura atual. O investimento, para tanto, ficaria em torno dos R$ 280 milhões.

Darcy explicou que, em 2012, foi licitado e executado projeto para a estrutura, no valor de R$ 2 milhões. Entretanto, o diretor-geral argumenta que nos anos subsequentes não foi dada continuidade ao planejamento, e o aumento da ocupação populacional na região agravou o problema. “Eu não posso ter intercorrência de falta de energia, turbidez, manutenção inesperada, não posso ter calor excessivo, temperaturas altíssimas, que em meados da tarde falta abastecimento”, lamentou.

Além disso, Darcy também declarou que o Departamento não possui valores em caixa para custear a nova estrutura. A prefeitura alega que os recursos da autarquia, entre 2013 e 2016, foram usados como antecipação do pagamento das parcelas dos financiamentos do Programa Integrado Socioambiental (PISA) e resultaram no repasse de R$ 262,7 milhões para o caixa único, defasando as finanças do Departamento. Agora, o Dmae alega que está em fase final de tratativas junto à Caixa Econômica Federal para financiamento das obras.

O diretor ainda ressalta que em 2017 e 2018 foram executados trabalhos pontuais num investimento de R$ 70 milhões na rede da Capital: “tem casas de bombas em reforma, tem obras na Vila Mapa, temos mais planejamentos para 2019, estamos tentando aumentar ao máximo a capacidade dentro da estrutura que se tem”, disse.

Questionado sobre a questão dos carros-pipa, que poderiam auxiliar nos momentos de desabastecimento, disse que a solução pode ser utilizada de forma paliativa, mas em situações pontuais. “Os carros-pipa que atuam na cidade têm atuação em alguns roteiros pontuais, chegaram a atender pontualmente a Lomba, mas não é viável atender com continuidade toda a região”, ponderou, acrescentando que “seriam necessários de 80 a 100 carros-pipa para resolver o problema”.

Mas e a solução?

Atualmente, os trabalhos serão pontuais. A previsão é de que o abastecimento na Lomba do Pinheiro seja normalizado nesta quarta-feira (30), mas novos problemas poderão ser verificados conforme situações atípicas ocorram na rede. A construção da nova ETA não tem prazo.