Número de mortos sobe para 99 e 259 seguem desaparecidos em Brumadinho

De acordo com a Polícia Civil, 57 corpos foram identificados pela perícia, com o auxílio de familiares

Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

A Defesa Civil de Minas Gerais atualizou, no fim da tarde hoje, para 99 o número de mortos no rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte, identificadas pelo Instituto Médico Legal (IML). O último balanço da corporação registra 259 desaparecidos, até o momento.

De acordo com a Polícia Civil, 57 dos 99 mortos foram identificados pela perícia, com o auxílio de familiares. A orientação é que os parentes não compareçam ao IML e, sim, comuniquem-se via internet e redes sociais com o órgão.

Segundo a Defesa Civil, cinco dias após o desastre causado pelo rompimento da barragem, ainda há regiões de Brumadinho que sofrem com a falta de energia.

O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil, disse que os trabalhos na região da mina do Córrego do Feijão começaram por volta das 4h da manhã.

A barragem B6, com água, segue monitorada 24 horas por dia, segundo o órgão, sem risco de rompimento. Um plano de contingência, entretanto, precisou ser elaborado, de forma preventiva.

Conforme o balanço, foram localizadas 393 pessoas – 225 funcionários da Vale e 168 terceirizados ou moradores da comunidade. Ainda não foram localizados 101 empregados da mineradora. Dez pessoas estão hospitalizadas e 264 desabrigadas.

Choveu hoje durante parte do dia. Entretanto, segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, a água não “afetou significativamente o nível de água da barragem” (B6), permanecendo uma “situação garantida de segurança”.

Buscas
Aihara informou que as buscas de hoje tiveram como foco a área do antigo refeitório da Vale. O monitoramento, acrescentou, ocorre em toda a área por onde os rejeitos se espalharam, coberta a partir de grupos distribuídos em 18 pontos.

Hoje tropas enviadas de São Paulo já começaram a atuar. Elas foram espalhadas em seis pontos de monitoramento. As atividades também foram reforçadas por 58 voluntários, que contribuem na verificação de vestígios de corpos.

Amanhã, serão incorporadas aos trabalhos de buscas tropas vindas de Santa Catarina e do Espírito Santo. Quanto aos militares israelenses, o porta-voz do Corpo de Bombeiros informou que a previsão da participação deles é até sexta-feira e que a continuidade vai ser discutida “em nível de governo”.

O grupo vai receber também o apoio do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar de Minas Gerais. “Já temos 16 pelotões de 25 PMs. São militares especialistas que vêm complementar pontos específicos de difícil acesso. A ideia é de progressão em espiral para que consigamos verificar todas as áreas”, explicou o major Flávio Santiago, da PM estadual.

Investigações
O delegado da Polícia Civil Arlen Bahia informou que foram realizados hoje 35 atendimentos no Instituto Médico Legal (IML). Ele acrescentou que agentes da corporação começaram a formalizar a “coleta de provas subjetivas”, ouvindo sobreviventes.

Questionado por jornalistas, o delegado mineiro pontuou que ainda “é muito prematuro chegar a uma conclusão”.