A ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie vai coordenar o Comitê Independente de Assessoramento Extraordinário de Apuração (CIAEA), criado no domingo pela Vale para apoiar o Conselho de Administração na apuração de causas e eventuais responsabilidades do rompimento da Barragem I da Mina Córrego de Feijão, em Brumadinho (MG).
Segundo a mineradora Vale, a escolha da ex-ministra ocorreu após o processo de seleção liderado pela empresa internacional de consultoria Korn Ferry.
Hoje, a Vale também apresentou ao Ministério Público e aos órgãos ambientais o plano para conter os rejeitos que vazaram com o rompimento da barragem, na sexta-feira passada. A companhia dividiu a área impactada em três setores e, nesses locais, serão feitas diferentes medidas de contenção e recuperação.
O trecho 1, de 10 quilômetros de extensão, considera o entorno da barragem. Lá, segundo a Vale, serão construídos diques para buscar reter os rejeitos grossos e pesados, possibilitando a reabilitação da área.
No trecho 2, no rio Paraopeba, entre Brumadinho e a cidade de Juatuba, com aproximadamente 30 quilômetros, está concentrado o material fino, composto de silte e argila, que vai ser dragado e acondicionado para destinação adequada.
Já no trecho 3, de maior extensão, com 170 quilômetros, entre Juatuba e a Usina de Retiro Baixo, serão realizadas diferentes ações conforme as características do curso d’água e o do material presente no rio.
Conforme a mineradora, ao longo do trecho do rio Paraopeba estão sendo instaladas barreiras de retenção.
A empresa afirmou que o sistema de captação de água de Pará de Minas, no rio, vai ser protegido por três barreiras de retenção. “São 115 quilômetros de distância entre a captação do município e a barragem 1, que se rompeu”.
Monitoramento
Na extensão do rio até a foz do São Francisco, foram instalados 45 pontos de monitoramento. Nesse trecho, há coletas diárias de água e de sedimentos para análises químicas. A análise de turbidez é feita, a cada hora, em outros quatro pontos. “O rejeito que vazou da barragem 1 está concentrado no córrego Feijão e Carvão e na sua confluência com o Paraopeba”, informou a Vale.