Direção da GM e trabalhadores se reúnem nesta segunda em Gravataí

Montadora sustenta necessidade de renegociar investimentos em função de prejuízo com plantas de SP

Foto: GM/Divulgação

O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) e a direção da General Motors (GM) no Rio Grande do Sul se reúnem, na manhã desta segunda-feira, para debater pontos que a montadora considera adotar na unidade. No começo da semana passada, executivos da GM no Brasil disseram a sindicalistas que a empresa pretende negociar com o governo, fornecedores e os próprios sindicatos para realizar novos investimentos no Brasil.

Segundo o diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), Valcir Ascari, a categoria reforça que está disposta a ouvir os patrões, mas que a classe vai batalhar pela manutenção de direitos importantes, adquiridos ao longo dos últimos anos.

O motivo do encontro é o comunicado colocado em murais da fábrica, na última semana, alertando para o prejuízo registrado pela empresa nos últimos anos no Brasil. No texto, o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, relatou que as perdas da GM Brasil, de 2016 a 2018, não pode se repetir. O comunicado veio após rumores de que diretores da alta cúpula possam considerar outras opções para os negócios na América do Sul caso não se revertam os resultados financeiros na região, melhorando a lucratividade.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, se encontrou com o vice-presidente de Relações Governamentais da GM no Brasil, Marcos Munhoz, que afirmou que a companhia corria risco de encerrar atividades em território nacional. Ele, então, respondeu: “se precisar fechar, fecha”.

Na reunião, que ocorreu no dia 4 de janeiro, Munhoz relatou que a direção da montadora norte-americana considera as fábricas de São Caetano do Sul e de São José dos Campos, ambas em São Paulo, inviáveis devido aos altos custos de produção. Ele também enfatizou que a participação nos lucros e resultados chega a R$ 20 mil por funcionário em SP, enquanto fica na casa dos R$ 7 mil em Gravataí. Desde dezembro de 2017, o complexo automotivo gaúcho passou a operar em jornada de três turnos de trabalho, ou 24 horas por dia. No último dia 20 de julho, comemorou 18 anos de presença no Rio Grande do Sul.