Delegado espera confissão de suspeito preso pela morte de bancário de Anta Gorda

Guilherme Pacífico defende que silêncio do homem detido reforça tese de premeditação do crime

Dentista de 52 anos foi preso em Capão da Canoa | Foto: Polícia Civil / Divulgação

O delegado Guilherme Pacífico declarou na manhã desta quinta-feira que está aguardando uma confissão do dentista de 52 anos preso após ser apontado como autor do desaparecimento e morte do vizinho, o gerente da agência do Sicredi de Anta Gorda, Jacir Potrich, 55 anos. O crime ocorreu em novembro do ano passado. A indicação do local onde estaria o corpo da vítima também é esperada pelo titular da DP de Anta Gorda.

Na avaliação do policial civil, o silêncio do suspeito pode complicar a própria situação no processo judicial, reforçando inclusive a tese de uma premeditação do crime. “Ele se livraria de um mal maior”, avaliou, referindo-se à colaboração do dentista em esclarecer totalmente o caso e defender-se da acusação de premeditação.

No dia 7 deste mês, em entrevista ao Correio do Povo, Pacífico havia garantido que o caso não ficaria sem uma resposta, o que confirmou-se na manhã de quarta-feira com a prisão do dentista em Capão da Canoa, sendo levado à tarde para o sistema prisional. O delegado observou que o suspeito permanece em silêncio, sendo “sarcástico e completamente frio”, sorrindo até mesmo em alguns momentos. “Temos provas inequívocas”, assegurou, citando como exemplo imagens de câmera de monitoramento do condomínio residencial onde aparecem a vítima e o suspeito no mesmo horário do desaparecimento.

As tentativas de obstruir a investigação policial e o próprio comportamento, diferente de outros vizinhos, contribuíram para o desfecho do mistério do sumiço da vítima. As buscas ao corpo do gerente bancário prosseguem em toda a região e têm auxílio dos bombeiros. “Temos fortes elementos de que houve ocultação do cadáver”, afirmou sem entrar em detalhes.

Jacir Potrich desapareceu na noite do dia 13 de novembro. Ele havia voltado de uma pescaria e limpado os peixes em uma área de uso comum dos moradores, nos fundos da residência, mas não terminou de arrumar a área. O automóvel do gerente ficou estacionado na garagem. As câmeras de segurança do condomínio onde reside registraram o gerente chegando, sem mostrar a saída dele depois.

Conforme Guilherme Pacífico, o dentista apagou as imagens das câmeras de monitoramento do local e alterou também o direcionamento das mesmas com um cabo de vassoura, além de ter subido no telhado da casa para ter uma visão geral da área. Para o titular da DP de Anta Gorda, o crime ocorreu a partir de animosidade entre o dentista e o gerente por causa do fim da locação do prédio de propriedade do suspeito por parte do Sicredi, que mudou a agência de endereço.