Bolsonaro fala em reforma da Previdência com cortes “substanciais” em entrevista na Suíça

Sobre as investigações que envolvem um ex-assessor de Flávio Bolsonaro, presidente disse que se, algo ficar comprovado, filho vai ter de "pagar o preço"

Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que a reforma da Previdência a ser enviada ao Congresso vai incluir cortes “substanciais” nos desembolsos previdenciários e estabelecer uma idade mínima de aposentadoria. Paralelamente, ele confirmou que o plano de capitalização, para futuros servidores, está quase pronto.

As declarações do presidente foram feitas durante entrevista exclusiva à emissora de televisão da Bloomberg, empresa internacional de notícias, em Davos, na Suíça, onde ele participa do Fórum Econômico Mundial.

Na entrevista, Bolsonaro se disse comprometido a adotar medidas para impedir qualquer movimento negativo na economia brasileira. Segundo o presidente, há uma “consciência” no país que as reformas em discussão, como a da Previdência e a tributária, são “vitais”.

Segundo a reportagem publicada em inglês no site da Bloomberg, Bolsonaro disse que a aprovação da proposta é praticamente certa em função da situação econômica do país.

Comércio exterior
De acordo com a publicação da Bloomberg, Bolsonaro disse que há esforços para modernizar o Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além da Venezuela, que está suspensa) e permitir que o Brasil faça acordos comerciais separados do bloco.

O texto menciona o impasse nas negociações entre Mercosul e União Europeia. De acordo com a reportagem, o presidente afirmou que as dificuldades envolvem a resistência da França à demanda brasileira relacionada a bens agrícolas.

Explicações
Durante a entrevista à Bloomberg, segundo a reportagem, o presidente respondeu ainda sobre as investigações relacionadas às movimentações financeiras atípicas envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

De acordo com Bolsonaro, se for comprovado que o filho errou, ele vai ter de “pagar o preço” pelas ações.