O presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, afirmou hoje que “quem afirma que o agricultor tem mão lisa não conhece o campo, provavelmente nunca teve contato com o trabalho rural e não sabe de onde vem a comida que vai à mesa do brasileiro”. A declaração vem em resposta às afirmações do economista Paulo Tafner, coautor de uma das propostas de reforma da previdência em análise pelo ministro da Fazenda, Paulo Guedes, nas quais Tafner insinua que muitos benefícios de trabalhadores rurais sejam irregulares.
Conforme Carlos Joel, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) “se manifesta com extrema preocupação e indignação” sobre o tema. “São afirmações irresponsáveis e que afetam toda categoria de trabalhadores rurais, que tanto sofre no dia-a-dia, com preços, clima, e principalmente com o trabalho pesado. Deveriam ter vergonha de falar isso”, disse o presidente.
Além disso, a Fetag-RS aponta que os agricultores familiares produzem 70% dos alimentos “e estão sendo colocados sob suspeita.” Sobre a reforma da previdência, a Federação entende que a mudança que foi anunciada “para retirar privilégios está começando justamente por aqueles que recebem salário mínimo”. Carlos Joel também reforçou que “são pessoas (trabalhadores rurais) que trabalham uma vida inteira no campo e não é justo que tenham que esperar os 65 anos de idade para a concessão do benefício assistencial e muitos não terão condições de trabalhar até lá”.
Sindicatos também foram alvos de críticas
Paulo Tafner também criticou os sindicatos rurais, questionando como se mantém no campo se as cidades estão em crise. A Fetag-RS afirma que “se os sindicatos se mantêm é porque fazem um bom trabalho”, reforçando que a maioria conta com contribuições espontâneas. “Quem está aposentado mantém-se vinculado, porque se identifica e se sente representado pelo sindicato”, finalizou.