Pecuária leiteira deve respirar mais aliviada em 2019

Ano começa com os preços em patamares um pouco mais elevados que os do início do ano anterior

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Após atravessar um 2018 difícil, a pecuária leiteira deve respirar um pouco mais aliviada este ano. A melhora no cenário econômico e a safra recorde de grãos devem fazer com que os próximos meses sejam de retomada de crescimento para o setor. A expectativa positiva é resultado do levantamento da Embrapa Gado de Leite. Os pesquisadores fizeram um balanço do setor leiteiro no ano que se passou.

Segundo Glauco Carvalho, um dos integrantes da equipe, quando forem publicados os índices do período, a atividade deve fechar o ano estagnada ou crescer muito pouco em relação a 2017. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), naquele ano, a produção de leite inspecionado cresceu 5%, após um biênio complicado: 2015 (queda de 2,8%) e 2016 (queda de 3,7%).

Isso significa que o setor deve fechar 2018 com um volume anual menor que o ano de 2014, antes da intensificação da crise econômica, quando a produção inspecionada foi de 24,7 bilhões de litros de leite e o volume total chegou a 35,1 bilhões de litros. “Embora o produtor de leite esteja acostumado com desafios e sobressaltos, 2018 foi atípico, desafiando o produtor em diversos aspectos”, observa Carvalho.

Olhando para 2019, o ano começa com os preços em patamares um pouco mais elevados que os do início do ano anterior. A boa produção de grãos da safra 2018/2019, que pela expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve superar 230 milhões de toneladas, é um ponto positivo para a pecuária de leite. O recorde nas safras de soja e milho contribui para o recuo nos custos com a alimentação das vacas, sobretudo a produção de concentrados.

“A redução do preço de importantes insumos deve melhorar a rentabilidade das fazendas, culminando na expansão da produção leiteira em 2019”, conclui Carvalho.