Flávio Bolsonaro sustenta que recorreu ao STF porque é investigado

Mais cedo, ministro Luiz Fux acatou pedido do deputado federal

O deputado estadual e senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL/RJ) finalmente se manifestou sobre o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as investigações contra a movimentação atípica de dinheiro em uma conta em nome do ex-motorista de gabinete dele, Fabrício Queiroz. Em nota da assessoria de imprensa, publicada no Instagram do senador, Bolsonaro sustenta que, “ao ter acesso aos autos do procedimento”, verificou que era “objeto de investigação, o que atrai competência ao Supremo Tribunal Federal”. Até então, o senador eleito dizia ser apenas citado, e não investigado no processo, que corre sob sigilo.

“Ademais, a defesa apontou, na Reclamação, nulidades diversas, como a quebra dos sigilos bancário e fiscal do Senador, para fins de investigação criminal, sem autorização judicial. Todos os requerimentos feitos limitaram-se à pessoa do Sr. Flávio Bolsonaro e aos procedimentos ilegais que foram tomados em relação a ele pelo MP/RJ, não implicando solicitação relativamente a nenhum terceiro”, cita o comunicado.

Mais cedo, o ministro Luiz Fux, vice-presidente do STF, aceitou o pedido do deputado e suspendeu as investigações. A decisão de Fux, que responde pelo plantão judicial do Supremo até o início do mês que vem, fica em vigor até a análise do caso pelo relator, ministro Marco Aurélio Mello.

Fux entendeu que ao assumir o mandato de senador em fevereiro, Flávio passa a ter foro privilegiado e que, por isso, é melhor esperar a definição pelo STF, a quem cabe conduzir a investigação.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que em um mesmo ano Queiroz movimentação de R$ 1,2 milhão, valor que é incompatível com o salário que o ex-policial militar recebia como assessor de Bolsonaro. Ele garante que o montante resultou de negócios relativos a venda de veículos.

O documento integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que prendeu deputados estaduais no início de novembro.

O MPRJ marcou duas vezes o depoimento de Queiroz. Ele não compareceu, justificando problemas de saúde. A mulher Márcia Oliveira de Aguiar e as filhas dele Nathália Melo de Queiroz e Evelyn Melo de Queiroz também faltaram ao depoimento, alegando estarem acompanhando o tratamento dele em São Paulo.