Servidores responsáveis pela higienização do HPS paralisam atividades por falta de pagamento

Há três dias lixos não são recolhidos e falta itens básicos como papel toalha para higienização das mãos na emergência

Imagem: Divulgação Paulo Oliveira

Há três dias, os funcionários da empresa LiderSul, responsável pela higienização, nutrição e lavanderia do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), paralisaram as atividades por falta de pagamento. Os servidores da instituição reclamam e salientam a preocupação, pois há falta de itens básicos de higiene e leitos inativos por falta de limpeza.

Conforme o presidente da Associação dos Servidores do HPS (ASHPS), Paulo Ricardo Silva Oliveira, a situação está calamitosa na instituição, principalmente por conta da sujeira em diversos locais do hospital, por falta de papel toalha no setor de emergência, por exemplo, e também porque não está sendo feita a limpeza dos leitos e da falta de higienização correta na UTI pediátrica que é referência no Estado. “O maior transtorno é a vida das pessoas que está em risco”, afirma o presidente.

A associação enfatizou ainda, por meio de nota, que a falta de higiene no ambiente hospitalar aumenta as infecções e até mesmo a saúde dos próprios servidores da instituição está em risco. “A higienização é fundamental para o funcionamento do HPS. Sem ela, procedimentos e internações poderão ser suspensos, colocando a população em risco iminente de morte. A situação é de extrema gravidade”.

Ainda na nota, a Associação deixou claro que repudia a terceirização de atividades do hospital e diz ainda que essa medida causa, com frequência, problemas que acabam desvalorizando trabalhadores de setores como o de limpeza, “fundamentais para a manutenção do atendimento de qualidade”.

A pedido da Rádio Guaíba, a Secretaria Municipal da Saúde informou, também por meio de nota, que trabalha com mecanismos de fiscalização para o uso de recursos públicos destinados à área da saúde e confirma que não há nenhum atraso de pagamento por parte da Prefeitura ou até mesmo da Secretaria junto à empresa prestadora dos serviços.

A Secretaria disse ainda que “toda e qualquer empresa que preste serviço para a Prefeitura precisa prestar contas ao erário público. Esta empresa de limpeza entregou sua documentação na ultima sexta-feira, dia 11, às 11h. Desde lá, a documentação foi analisada e o recurso deve ser pago nesta terça-feira, dois dias úteis após a apresentação)”.

Ainda na nota, a Secretaria ressaltou que os serviços para a população não sofrem impacto, “trabalhamos para a população e levamos em conta as necessidades das pessoas. Destacamos ainda que toda e qualquer empresa que contratualiza com Município, Estado ou Governo Federal, deve ter capacidade para suportar o contrato firmado, sendo permitida a rescisão contratual ou suspensão do cumprimento de suas obrigações por atrasos de pagamentos devidos quando superiores a 90 (noventa) dias e o atraso não decorrer de culpa da empresa pela não entrega de documentos necessários ao pagamento pela Secretaria da Fazenda”.

A reportagem tentou contato com a empresa LiderSul, mas não obteve resposta.