Na manhã de hoje, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat/Deic), desencadeou a Operação Transitório, com o objetivo de apurar a prática de crimes contra a Administração Pública e a Fé Pública, e de Associação Criminosa. Três pessoas foram presas em cumprimento a mandados de prisão temporária.
Dezoito mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, São Luiz Gonzaga, Santiago e São Borja. Durante as buscas foram apreendidos documentos, veículos e arma de fogo. As prisões ocorreram, em Porto Alegre e Santo Antônio das Missões.
As investigações da Deat revelaram que quase mil procedimentos realizados no Sistema Informatizado – GID do Detran/RS, sobretudo quanto à inclusão, à alteração e à transferência de veículos automotores, foram realizados fora do trâmite legal. Suspeita-se que a senha de ao menos um servidor público do órgão tenha sido obtida de forma ilícita pelos investigados e posteriormente utilizada em transações, efetuadas em horários noturnos e finais de semana, envolvendo, até o momento, cerca de 322 placas de automóveis.
De acordo com os delegados André Lobo Anicet, Marcus Vinícius Viafore e Max Otto Ritter, os fatos investigados apontam para a realização de diversas alterações fraudulentas, tais como, mudanças de proprietários; alterações de endereços de entregas dos documentos veiculares; mudanças de numerações de chassis; reativações de veículos baixados; alterações de números de motor e renavam; liberações para uso de diesel; liberações de restrições administrativas; e transferências de veículos de pessoas falecidas.
Ainda conforme a investigação, após a análise das operações fraudulentas, estima-se que aproximadamente R$ 450 mil pagamentos deixaram de ser efetuados ao Detran, a título de Infrações, Seguro DPVAT, Licenciamentos e IPVA.