Ministro fala em consenso para Brasil permanecer no Acordo de Paris

Segundo o ministro, contudo, há pontos sensíveis que dizem respeito a transformação de princípios, valores ou ideias na legislação nacional

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse hoje que há um consenso no governo para que o Brasil permaneça no Acordo de Paris, que estabelece metas entre os signatários para redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Durante a campanha e depois de eleito, o presidente Jair Bolsonaro criticou por diversas vezes o acordo e sinalizou a possibilidade de o Brasil abandoná-lo.

Salles disse que, “por hora”, o Brasil permanece comprometido com a agenda. Entretanto, segundo o ministro, a implementação vai ocorrer de forma a evitar prejuízos ao empresariado “Há pontos importantes no acordo que a gente quer valorizar, como aqueles que podem trazer recursos financeiros para o país”, disse, após participar de um almoço promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

Segundo o ministro, há pontos mais sensíveis que dizem respeito a transformação de princípios, valores ou ideias na legislação nacional. “Restrição a gerenciamento do território, políticas públicas, nós vamos olhar com muito cuidado, porque o Brasil tem autonomia, como todo país, e deve conseguir tomar conta do território de acordo com seus interesses e prioridades”, disse.

Salles disse ainda que pretende acelerar a concessão dos parques nacionais para a iniciativa privada. “Quanto mais concedidos estiverem os parques, melhores eles estarão: para a sua conservação, para o turismo, para a população brasileira. Então, nós vamos acelerar bastante a concessão dos parques nacionais para exploração pela iniciativa privada, feitas todas as garantias para que haja preservação ambiental”.

Segundo o ministro, até o momento não se estabelece um cronograma de trabalho para fazer as concessões. Salles disse, no entanto, ter como modelo o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná.

Desburocratização
O ministro defendeu também a desburocratização dos processos de licenciamento ambiental. De acordo com ele, o ministério deve ajudar a subsidiar as discussões sobre a Lei Geral do Licenciamento, em tramitação no Congresso Nacional.

“Quando você tem o licenciamento mais objetivo, mas específico nos pontos sensíveis, você está preservando e cuidando mais do meio ambiente. Hoje, se perde muito tempo, de maneira geral, em temas que não são a maior preocupação do licenciamento e, aquilo que era realmente o mais importante, acaba sendo tratado, se não em segundo plano, em pé de igualdade com questões mais simples”, disse.