Polícia Civil vai apurar caso de militar que fugiu de abordagem em Porto Alegre

Sargento carioca de 28 anos teve de ser contido com disparo de arma de choque elétrico

Foto: EPTC / Divulgação

A Delegacia de Lesões Corporais da Divisão de Crime de Trânsito da Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso de um militar do Exército Brasileiro que, conduzindo um Hyundai Veloster, fugiu e teve de ser perseguido pela Brigada Militar, no fim da madrugada desta sexta-feira em Porto Alegre. Tudo começou com um acidente de trânsito com danos materiais envolvendo o sargento e outro veículo, no bairro Auxiliadora. O automóvel, de cor branca, tinha o licenciamento vencido.

Dois agentes da EPTC foram atender a ocorrência e depararam-se com a negativa do sargento em submeter-se ao teste de etilômetro, como é de praxe. Os agentes chamaram o efetivo do 11ºBPM, mas o militar e um amigo aproveitaram um momento em que os PMs se afastaram para embarcar no automóvel, fugindo em alta velocidade. Com auxílio do 19º BPM, a perseguição só terminou na rua Plácido de Castro, no bairro Santo Antônio.

O militar, de 28 anos, que é carioca, tentou fugir pela segunda vez e teve de ser contido com um disparo de pistola Spark, que descarrega um choque elétrico. Algemado e conduzido à Polícia Civil, ele, só então, prestou depoimento.

Na ocorrência registrada, os policiais militares relataram que o sargento “furou” semáforos com sinal vermelho pelo caminho, desrespeitou ordens de parada e atropelou uma pessoa na avenida Princesa Isabel, no bairro Santana. Em um momento, os PMs tentaram fazer uma barreira com uma viatura, mas o Veloster avançou sobre ela.

Os policiais militares efetuaram disparos contra o veículo, que prosseguiu em fuga. Uma suposta arma que o militar dizia portar, não chegou a ser encontrada. “Vamos verificar se a Polícia do Exército recolheu alguma arma. Na ocorrência não consta nenhuma apreensão de arma”, ressaltou o delegado Carlo Butarelli. Ele explicou que serão “coletadas provas” e ouvidos agentes de trânsito, policiais militares, envolvidos e testemunhas com o objetivo de esclarecer todas as circunstâncias do fato.

Imagens de câmeras de monitoramento serão examinadas e também estão sendo aguardados os laudos do Instituto-Geral de Perícias, inclusive no veículo. “Um laudo preliminar de embriaguez deu negativo”, frisou, lembrando que ainda existe o exame toxicológico.

O militar vai responder em liberdade, depois de ter assinado um Termo Circunstanciado. Já o gerente de fiscalização de trânsito da EPTC, Paulo Ramires, avaliou que o militar complicou a situação, que envolvia apenas um licenciamento vencido. “Ele criou uma outra situação”, resumiu, referindo-se à direção perigosa, desacato e desobediência.