MPF pede condenação de Rodrigo Rocha Loures em caso da mala

De acordo com a denúncia, dinheiro era supostamente destinado ao presidente Michel Temer, que segue negando envolvimento no caso

Foto: Arquivo/Janine Moraes/Agência Câmara dos Deputados)

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal a condenação do ex-deputado federal e ex-assessor da Presidência da República Rodrigo da Rocha Loures. Ele é réu em processo por corrupção envolvendo a JBS. Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, ele recebeu dinheiro como suposto intermediário do ex-presidente Michel Temer para beneficiar o grupo em medidas no âmbito do Executivo Federal.

De acordo com a denúncia, o ex-parlamentar era o receptor de propina para operar vantagens à JBS. Investigação da Polícia Federal a partir da denúncia apontou que Rocha Loures recebeu do grupo uma mala com R$ 500 mil.

Um vídeo registrou o momento da entrega da valise em um restaurante em São Paulo. Além dos valores, o MPF sustenta que o esquema envolvia outros pagamentos de valor semelhante ou superior. A propina, segundo o procurador federal Carlos Henrique Martins Lima, autor da peça, o montante repassado pode ter atingido R$ 38 milhões.

O dinheiro era supostamente destinado ao ex-presidente Michel Temer, que segue negando envolvimento no caso. O repasse, de acordo com o MPF, tinha como finalidade garantir ao conglomerado benefícios em uma questão com a Petrobras envolvendo preços de gás. Ainda de acordo com a denúncia, a relação de Temer com Joesley Batista, dirigente da JBS, vem “de longa data”. Para os procuradores, os dois sempre interagiram diretamente, mas após a chegada de Temer à Presidência, Rocha Loures assumiu a condição de intermediário.

Na avaliação dos procuradores, embora Rocha Loures tenha argumentado que não sabia que os valores eram propina, o comportamento dele no episódio do repasse da valise indicou que ele tinha conhecimento prévio do esquema.

Prisão
Loures chegou a ser preso. Depois, ganhou o direito a prisão domiciliar. Em novembro do ano passado, a Justiça determinou a retirada da tornozeleira eletrônica.