O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciou hoje o rompimento das relações diplomáticas com a Venezuela. A decisão ocorreu após a posse do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que vai cumprir o segundo mandato.
“O governo da República do Paraguai, no exercício de seus poderes constitucionais e de soberania nacional, adota hoje a decisão de romper relações diplomáticas com a República Bolivariana da Venezuela”, disse Mario Abdo, informando que determinou o fechamento da representação diplomática paraguaia no país.
O presidente paraguaio ressaltou que a decisão é baseada no não reconhecimento do segundo mandato de Maduro, que considera “resultado de um processo eleitoral ilegítimo”.
Mario Abdo esclareceu que a decisão não significa que o Paraguai não vá honrar o compromisso com a Venezuela em torno da dívida da empresa petrolífera estatal Petropar com a PDVSA, de acordo com o que determina o Acordo de Caracas, de 2004.
OEA considera mandato de Maduro ilegítimo
Já a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou hoje uma declaração conjunta dizendo que não reconhece a legitimidade do segundo mandato de Maduro, que vai até 2025.
“Saudamos o compromisso dos países das Américas reconhecendo como ilegítimo o regime de Nicolás Maduro. O povo da Venezuela não está sozinho, seguimos trabalhando para recuperar a democracia, os direitos e as liberdades de todos”, afirmou o secretário-geral da OEA, Luís Almagro, no Twitter.
O Conselho Permanente da OEA se reuniu hoje extraordinariamente para discutir a situação de Maduro e da Venezuela. A declaração teve 19 votos a favor, 6 contrários, 8 abstenções e 1 ausência. O Brasil votou favoravelmente à medida. Ao lado da Venezuela ficaram Bolívia e Nicarágua, entre outros países.
No começo do mês, o Grupo de Lima, formado por 14 países, inclusive o Brasil, aprovou manifestação semelhante, na qual recomenda que Maduro transmita o poder para a Assembleia Nacional, que, nesse caso, assume o compromisso de promover novas eleições.
Maduro se elegeu no ano passado em um pleito que teve abstenção de cerca de 60%. A oposição, que comanda a Assembleia Nacional da Venezuela, levantou dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral na época.