O boletim mais recente, divulgado pela Defesa Civil Estadual, na tarde desta quinta-feira, mostra que subiu para 234 o número de pessoas desabrigadas após o temporal que atingiu a fronteira Oeste desde a noite de terça-feira. Aumentou também, para 279, o número de pessoas desalojadas, que foram para as casas de amigos e parentes.
A tabela detalha que Alegrete, Bagé, Dom Pedrito, São Francisco de Assis, Uruguaiana, São Borja Jaguari e Pedro Osório foram, até o momento, os locais mais castigados pelo temporal. Até a manhã de hoje, essa última não aparecia na lista.
A situação mais grave segue sendo a de Alegrete, onde um homem morreu após uma árvore cair sobre a casa dele, nessa quarta. O rio Ibirapuitã superou a cota de transbordamento, cerca de 12m acima do nível normal, e interrompeu a ponte Borges de Medeiros, que divide a cidade. Na quarta, a Prefeitura decretou situação de emergência e registrou, nas últimas 72 horas, 375 mm de precipitação. O dado oficial dá conta de 130 pessoas fora de casa, mas o município já contabiliza 600.
Em Uruguaiana, o prefeito Ronnie Melo relatou, em entrevista para o Guaíba News, que nunca na história do município houve registro de chuvas tão intensas quanto agora. A preocupação é, também, com a zona rural, já que a cidade é uma das maiores produtoras de arroz do Rio Grande do Sul.
Em Pedro Osório, turistas tiveram de ser retirados do camping municipal e o rio Piratini registra nível 5,6m acima do normal. Em Bagé, houve alagamento, destelhamentos e quedas de postes. Dom Pedrito enfrenta a cheia do rio Santa Maria. Já em São Borja e São Francisco de Assis, residências alagaram e estradas foram bloqueadas, impossibilitando o acesso ao interior do município. Dezesseis pessoas foram retiradas de casa em Jaguari, em uma área de inundação do rio de mesmo nome, nessa madrugada.
Até o momento, três prefeituras decretaram emergência: Uruguaiana, Alegrete e São Francisco de Assis. Os documentos ainda não chegaram a Porto Alegre. Já em São Gabriel, que até o momento não aparece no relatório de danos da Defesa Civil, a empresa municipal de saneamento desligou os motores de captação de água e a cidade ficou desabastecida em função da cheia do rio Vacacaí.
O Serviço Geológico do Brasil, ligado ao Ministério de Minas e Energia, prevê quadro de piora em Uruguaiana, onde o rio Uruguai deve atingir a cota de inundação, passando de 9m na madrugada desta sexta.