A secretária estadual da Cultura, Beatriz Araujo, defendeu, nesta terça-feira, a realização de projetos culturais com recursos captados pela Lei Rouanet. Alvos de polêmica, os incentivos fiscais concedidos por intermédio da legislação federal movimentaram R$ 2 bilhões na economia nacional, em 2018.
Beatriz entende que existe uma “demonização” do financiamento cultural, mas que não afeta outros setores, que também recebem incentivos do governo. “É lamentável, porque incentivo fiscal existe para inúmeros setores, mas essa demonização se restringe apenas a cultura”, declarou em entrevista para o Esfera Pública.
Beatriz considera que os repasses da Lei Rouanet devem ser fiscalizados com rigor a fim de evitar ainda mais polêmica. “Se existe uma gestão fraudulenta, deve-se penalizar quem está fazendo, mas não demonizar o mecanismo. Eu sou muito a favor das leis de incentivo”, disse.
Defensora das Parcerias Público-Privadas (PPPs), a secretária também elencou como prioridade, à frente da Pasta, mostrar o real valor da Cultura. “A minha missão é mostrar a Cultura como investimento, e não como gasto”, defendeu.
Ainda sobre a atuação no primeiro escalão, Beatriz Araujo destacou a posição de Eduardo Leite (PSDB), que reestruturou e retomou o protagonismo da Secretaria da Pasta. “Eu achei muito corajoso quando o Eduardo Leite falou em recriar a Cultura, justamente em um momento destes. Ele falou e bancou”.
Beatriz ainda analisou o comportamento recente da sociedade gaúcha e brasileira frente a manifestações artísticas e repudiou o levante conservador que resultou no fechamento da exposição Queermuseu, em Porto Alegre, em setembro de 2017. “Acho que existiu extremismo. E não acho que seja o tipo de coisa que pode continuar acontecendo no país”, finalizou.