A liderança do PT na Câmara dos Deputados informou, nesta sexta-feira, que nenhum dos parlamentares da sigla vai participar da cerimônia de posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), em 1º de janeiro, no Congresso Nacional. Por meio de nota, o partido afirmou reconhecer o resultado das eleições, mas defendeu que elas foram marcadas por falta de lisura “pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad”.
“Participamos das eleições presidenciais no pressuposto de que o resultado das urnas deve ser respeitado, como sempre fizemos desde 1989, vencendo ou não. (…) O resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de retrocessos civilizatórios”, prossegue o texto.
As bancadas do PT no Congresso dizem ainda que o futuro governo quer “destruir por completo a ordem democrática e o Estado de Direito no Brasil”, com o aprofundamento de “políticas entreguistas e ultraliberais do atual governo, o desmonte das políticas sociais e a revogação já anunciada de históricos direitos trabalhistas”.
O partido também credita a Bolsonaro um ódio ao PT, a movimentos populares e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento é assinado pelos líderes do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Lindbergh Farias (RJ) e pela presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR).