Futuro secretário da Educação, sobre o Escola Sem Partido: “Não é o momento para se discutir isso”

Faisal Karam também elenca como prioridade investimento em escolas técnicas, em vez de militares

Futuro secretário estadual da Educação, Faisal Karam. Foto: Lucas Rivas

Futuro responsável pelo comando de uma das Pastas mais delicadas do governo gaúcho, o ex-prefeito de Campo Bom Faisal Karam (PSDB), que teve o nome anunciado hoje como secretário da Educação, a partir de janeiro, revelou ter recebido o convite com surpresa. Suplente de deputado estadual, Karam defendeu que seja priorizada a valorização de professores e alunos em vez de se discutir, neste momento, o programa Escola sem Partido, que busca conter a chamada “doutrinação ideológica” de professores.

Para Karam, existem discussões mais importantes. “Não é o momento para se discutir isso. O momento é de união ou a gente não vai a lugar nenhum”, avaliou.

Ele defendeu que a educação é pilar fundamental para estruturar e organizar a sociedade. Contudo, considerou que as discussões sobre fechamento de escolas com número pequeno de alunos devem continuar. “Eu sei que é traumático, mas [isso] tem que continuar sendo avaliado”, disse.

Karam também diverge das ações projetadas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que elencou a construção de escolas militares como um das soluções para crise educacional do País. “Eu vejo isso, um pouco, com o cunho da Direita, do Exército… A gente sabe que as escolas militares existentes hoje têm um padrão de qualidade altíssimo. Agora, mais do que isso, precisamos de escolas técnicas para a formação de jovens”, salienta.

Formado em Administração, Karam também mostrou-se aberto a dialogar com Cpers–Sindicato. Além disso, lembrou que todos os governos que passaram pelo Palácio Piratini sonharam em pagar o piso do Magistério, mas declinaram por motivos diferentes.

“É claro que é um sonho de todos nós [pagar o piso do Magistério]”, disse, mas ponderou: “Como é que o professor vive diariamente não recebendo salário? Este será o grande desafio do governo Eduardo, colocar o salários em dia”.

Com mais de 2,5 mil escolas, a Secretaria da Educação responde pelo contingente de mais de 960 mil alunos da rede pública estadual. Hoje, o Magistério conta com cem mil professores inativos, 43 mil ativos e outros 20 mil atuando por meio de contrato emergencial.