Médium João de Deus presta depoimento em Goiânia

Esposa dele também depõe hoje à Polícia Civil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O médium goiano João Teixeira de Faria, o João de Deus, prestou depoimento hoje aos promotores da força-tarefa criada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que investiga as acusações de crimes sexuais. As acusações foram apresentadas por mulheres que dizem ter sofrido abusos ao buscar tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).

João de Deus completou dez dias preso, em caráter preventivo, no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, nos arredores da capital goiana, desde o último dia 16. Alegando inocência, ele já recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar obter o direito de deixar a unidade prisional e cumprir prisão preventiva domiciliar, com o uso de tornozeleira. O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negarem habeas corpus ao médium.

O médium deixou o complexo prisional cercado por forte esquema de segurança e chegou ao MP-GO por volta das 10h. Ele saiu cerca de duas horas depois e não teve o teor do depoimento divulgado.

A esposa do médium, Ana Keyla Teixeira, de 40 anos, presta depoimento também hoje à Polícia Civil, em Goiânia. A oitiva era prevista para começar às 13h. Além disso, a assessoria da Polícia Civil informou que João de Deus só deve voltar a prestar depoimento na Polícia Civil depois de novas diligências, incluindo oitivas de testemunhas.

Até a última sexta-feira, a força-tarefa contabilizou 596 contatos feitos por supostas vítimas por e-mail ou telefone. Foram identificadas 255 possíveis vítimas, das quais 75 já haviam sido ouvidas formalmente até a mesma data. Segundo o MP-GO, 23 das 255 possíveis vítimas tinham entre 9 e 14 anos por ocasião dos fatos.

Entre as supostas vítimas identificadas, 39 são de Brasília e as outras de Goiás (21), do Rio Grande do Sul (20), Espírito Santos (11), Minas Gerais (15), Rio de Janeiro (7), Paraná (6), Santa Catarina (4), Mato Grosso (3), Mato Grosso do Sul (1), Maranhão (1), Pernambuco (1), Piauí (1) e Tocantins (1). Entre as mensagens recebidas pelo MP estadual há também mulheres que vivem no exterior: nos Estados Unidos (4), Austrália (3), Alemanha (1), Bélgica (1), Bolívia (1) e Itália (1).