Trabalhadores da saúde de Canoas suspendem greve pelo menos até 28 de dezembro

Categoria espera 13º e pagamento de férias

Foto: Fernanda Bassôa / Especial CP

Em assembleia na manhã desta sexta-feira, os servidores da saúde de Canoas decidiram por não paralisar totalmente as atividades e manter estado de greve até o dia 28 de dezembro. A Prefeitura informou ter recursos para pagamento do 13º e férias, o que pode ocorrer a partir da operacionalização do sistema de RH. Conforme nota enviada pelo Executivo, em razão do bloqueio judicial das contas bancárias do Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), o município precisou abrir uma outra conta.

Antigo gestor da rede, o Gamp é investigado pelo Ministério Público Estadual pelo suposto desvio de dinheiro público – o que levou a Justiça a ordenar ao município o rompimento dos contratos de terceirização. O pagamento do 13º em dia havido sido acordado em duas reuniões, nos dias 7 e 12 de dezembro, mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4).

Ontem, os sindicatos anunciaram paralisação para o dia de hoje, porque o Município não havia garantido o pagamento. Agora, a Prefeitura anunciou que o banco utilizado para movimentar os recursos no período da intervenção é diferente do que era empregado pelo Gamp, o que demanda maior prazo para a realização da transferência.

Sem informar uma data exata, a Prefeitura estima fazer o repasse para a quitação do 13º salário, férias e vencimentos atrasados nos próximos dias. Sendo assim, conforme o Sindisaúde/RS, os participantes da assembleia dessa manhã decidiram por aguardar até o dia 28 para reavaliar a retomada de greve.

Uma assembleia está marcada para o dia 28, às 16h. “Se não depositarem até o dia 28, a chance de retomada de greve por tempo indeterminada volta a ser grande”, informou o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do RS (Sergs), Estêvão Finger.

A situação atinge os hospitais de Pronto Socorro e Universitário, duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que atendem pelo SUS na cidade. A paralisação teve início em 5 de dezembro, com dois dias de duração, e resultou no pagamento de salários e benefícios atrasados, de até R$ 7 mil.

Ontem, a Prefeitura informou que o prefeito Luiz Carlos Busato avalizou empréstimo que garantiu o dinheiro para o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) realizar o pagamento do 13º aos trabalhadores. O Gracinha, como é conhecido, é o único da cidade que não era gerido pelo Gamp. Com a quitação, a casa de saúde não corre risco de ser afetada por greve.

No caso dos funcionários do HU, HPS, das UPAs e dos CAPSs, a Prefeitura não conseguiu recursos em Brasília e o estado, embora tenha repassado R$ 8,7 milhões durante a semana, ainda deve cerca de R$ 37 milhões, em atrasos acumulados nos últimos meses.