Nova chefe da Polícia Civil do RS defende transversalidade da segurança pública

Delegada Nadine Anflor afirma que questão deve ser entendida como uma tarefa comunitária

Foto: Guilherme Almeida/CP

Anunciada para a chefia da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a delegada Nadine Anflor será a primeira mulher a assumir o cargo e defende que a segurança pública seja entendida como uma tarefa de toda a sociedade. Em entrevista ao programa Bom Dia, da Rádio Guaíba, nesta sexta, ela ressaltou a necessidade da maior aproximação do tema com outras áreas da esfera política. “É importante que esse assunto seja discutido dentro da educação, da saúde. O que deve existir é a transversalidade, isso o novo governo vem nos alertando para que a gente se integre com outras secretarias. Tenho certeza que teremos bons resultados com essa medida”, comentou.

Natural de Getúlio Vargas e delegada da Polícia Civil desde 2004, Nadine tem marcado sua carreira pelo pioneirismo: foi titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre por mais de seis anos e a primeira coordenadora das especializadas no Estado. Para ela, “não se faz segurança pública sem investimento”. “A Polícia Judiciária, por exemplo, é responsável pela investigação criminal, por uma qualidade na elucidação de procedimentos. É uma parte da engrenagem do sistema de segurança pública, por isso merece um olhar diferenciado”, afirmou.

A futura chefe de Polícia já definiu algumas das prioridades para sua gestão. “São muitas as demandas. Nos parece que no primeiro momento colocar os salários em dia é algo prioritário. Isso tudo será muito conversado, temos como meta colocar em dia o nosso salário, todos os policiais recebem parcelados há mais de 35 meses”, disse. Contudo, ressaltou que é preciso debater com o vice-governador eleito Ranolfo Vieira Júnior, que foi nomeado na quarta-feira como secretário de Segurança Pública, para determinar um plano de ação.

Nadine destacou ainda que um dos principais desafios será superar a falta de efetivo e viaturas. “A gente sabe que as nossas estão sucateadas, mas vamos fazer um trabalho ouvindo a população, vamos fazer uma padronização no atendimento ao cidadão”, analisou. Completou dizendo que “é necessário ampliar o suporte à sociedade, mas que não é correto existir várias delegacias abertas com um apenas um policial de plantão”, finalizou. Ela ressaltou que, atualmente, o Rio Grande do Sul tem 5020 policiais civis e 65% dos municípios gaúchos contam com Delegacias de Polícia. A meta é ter dois ou três policiais de plantão nas Delegacias para atender a população.