Trabalhadores decidem se retomam greve na rede de saúde de Canoas

Paralisação atinge hospitais, UPAs e centros de assistência psicossocial que eram geridos pelo Gamp, a partir das 8h desta sexta

Sem acordo após uma reunião com a Prefeitura, sindicatos de trabalhadores da Saúde de Canoas decidiram realizar assembleia nesta sexta-feira a fim de avaliar se retomam a greve em dois hospitais, duas UPAs e quatro centros de atenção psicossocial que atendem pelo SUS na cidade, a partir desta sexta-feira. A paralisação teve início em 5 de dezembro, com dois dias de duração, e resultou no pagamento de salários e benefícios atrasados, de até R$ 7 mil. A assembleia será realizada em frente ao Hospital Universitário (HU), no campus da Ulbra.

Conforme o Sindicato dos Enfermeiros do RS (Sergs), o Município não garantiu, na reunião de hoje, o pagamento, até amanhã, do 13º salário a funcionários que eram vinculados ao Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp). Antigo gestor da rede, o Gamp é investigado pelo Ministério Público Estadual pelo suposto desvio de dinheiro público – o que levou a Justiça a ordenar ao município o rompimento dos contratos de terceirização. O pagamento do 13º em dia havido acordado em duas reuniões, nos dias 7 e 12 de dezembro, mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4).

“Esperamos que a gestão municipal nos procure o quanto antes para fazer uma proposta à categoria. Exigimos o pagamento do 13º salário”, disse o presidente do Sergs, Estêvão Finger.

Em nota, a Prefeitura de Canoas informou que trabalha “fortemente” para garantir o pagamento do 13º dos funcionários da saúde o mais breve possível. O prefeito Luiz Carlos Busato se reuniu, também hoje, com o diretor administrativo e financeiro do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Francisco Valmor Ávila. Segundo a nota, o prefeito avalizou um empréstimo, realizado nesta quinta-feira, “que garantiu o dinheiro para o HNSG realizar o pagamento desse direito dos trabalhadores”. O hospital é o único da cidade que não era gerido pelo Gamp. Com a quitação, a casa de saúde não corre risco de ser afetada pela greve.

No caso dos funcionários do HU, HPS, das UPAs e dos CAPSs, a Prefeitura não conseguiu recursos em Brasília e o estado, embora tenha repassado R$ 8,7 milhões durante a semana, ainda deve cerca de R$ 37 milhões, em atrasos acumulados nos últimos meses.

Já a Secretaria Estadual da Saúde informou que o repasse de R$ 8,7 milhões, feito na segunda-feira, corresponde a incentivos estaduais de agosto. De acordo com a Pasta, a liberação ocorreu após o recebimento e análise de parte dos documentos em que a Prefeitura de Canoas comprova ter feito repasses ao Gamp e que o antigo gestor prestou os serviços de forma efetiva.