Balanço da Federasul: críticas a “espírito belicoso” dos gaúchos e esperança em 2019

Do mesmo modo como a maior parte das entidades até agora, 2018 é visto como um ciclo de retomada lenta da economia

Foto: Ananda Müller/Rádio Guaíba

A presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) Simone Leite, falou à imprensa durante reunião-almoço, nesta quinta-feira, sobre a projeção da entidade para o ano que vem. Reeleita para mandato de mais dois anos à frente da entidade, Simone reforçou a necessidade de se estabelecer um espírito de trabalho em equipe e de atenção ao todo para que o Estado volte a prosperar. Ela afirmou que comportamentos coletivos como “o baixo engajamento em causas coletivas, o individualismo, a delegação de responsabilidade a terceiros e a negação da política” vêm puxando o Rio Grande do Sul para trás.

“As pessoas não querem falar sobre política. O engajamento se dá no sofá, através das redes sociais, e acham que assim podem contribuir”, criticou a presidente, dizendo ainda que “a sociedade brasileira cansada de corrupção buscou a sua representação. O governo Bolsonaro traz como palavras de ordem a verdade, simplicidade, ética e moralidade, e ficamos na expectativa de que ele possa fazer um bom governo”, acrescentou. Também reforçou a expectativa de que o ex-juiz e agora futuro ministro Sérgio Moro e o economista Paulo Guedes possam acrescentar na retomada do crescimento do país.

Ainda sobre o Rio Grande do Sul, acrescentou que “o espírito de belicosidade” reinante no Estado auxilia para que o RS esteja na atual situação. Ainda sobre os gaúchos e seus comportamentos, a presidente deu como exemplo as ressalvas com as quais o nome do futuro secretário da Fazenda foi recebido: “o secretário (o carioca Marco Aurélio Santos Cardoso) nem assumiu, todos questionavam se não tinha um gaúcho para o cargo. Mas vamos analisar o que esse rapaz já fez”, criticou.

Ainda sobre a situação do Estado e dos empreendedores, disse que parecem não ter “vontade de seguir”. “A gente está na lanterna, nesse espírito de cabo de guerra e perde grandes oportunidades”, pontuou, elencando ainda a necessidade de mais altruísmo, espírito público e pragmatismo para voltar ao rumo do crescimento. Por fim, Simone apontou a necessidade de um teto para os gastos públicos, a privatização de empresas hoje sob tutela do Estado e a retenção de empresas em solo gaúcho como fundamentais para o retorno de um cenário positivo no Rio Grande do Sul.

2019

Do mesmo modo como a maior parte das entidades até agora, a Federasul interpretou o ano de 2018 como um ciclo de retomada lenta e espera que, via de regra, 2019 seja melhor. As mudanças previstas para os novos governos (estadual e federal) já dão resultados, conforme a Federasul, mesmo antes do início efetivo dos mandatos. “Apenas as promessas já fizeram com que a população recobrasse confiança e voltasse a consumir”, finalizou Simone Leite.