PSL não deve disputar presidência da Câmara, revela Eduardo Bolsonaro

Presidente eleito Jair Bolsonaro pediu serenidade aos parlamentares da sigla, a grande maioria sem qualquer experiência de mandato legislativo

Dono da segunda maior bancada para a Câmara, com 52 parlamentares eleitos, o PSL não deve disputar o comando da Casa em 2019. A afirmação é do líder da bancada, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP). Integrantes do partido eleitos para o Congresso Nacional se reuniram com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, também filiado à legenda, na tarde de hoje, em Brasília, para discutir a governabilidade da futura administração.

Reeleito como deputado federal mais votado da história do país, com mais de 1,8 milhão de votos pelo estado de São Paulo, Eduardo Bolsonaro disse que, durante a reunião, o presidente eleito pediu serenidade aos parlamentares do PSL, a grande maioria sem qualquer experiência de mandato legislativo.

“[Jair Bolsonaro] pediu um pouquinho de serenidade [aos deputados] para não declarar votos para a presidência da Câmara ou qualquer outro cargo, para eles primeiro sentirem o clima. As negociações e articulações dentro da Câmara ainda estão ocorrendo, então mais pra frente a gente vai ter uma visão mais clara de como proceder nessas votações”, disse.

O parlamentar também informou que a liderança da bancada na Câmara, até o fim da atual legislatura, que termina em fevereiro, vai ser exercida pelo deputado federal Delegado Waldir (GO), que até então era vice-líder. Eduardo alegou incompatibilidade de agenda e excesso de compromissos para manter a liderança que exercia até então.

Grupos de WhatsApp
Após o vazamento de uma conversa no grupo de WhatsApp dos deputados do partido, na semana passada, que expôs uma discussão entre Eduardo Bolsonaro e a deputada federal eleita Joice Hasselmann (SP), Jair Bolsonaro aconselhou os parlamentares a não utilizarem nem criarem mais grupos em aplicativos de conversas pela internet.

Relatório do Coaf
Eduardo Bolsonaro também respondeu sobre o paradeiro da Fabrício Queiroz, ex-assessor do irmão dele, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e apontado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com indícios de movimentação financeira atípica.

O relatório do Coaf, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, mostra que o ex-assessor, que também é policial militar, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 – valores supostamente incompatíveis com a renda declarada. Uma das transações era um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

“Sobre essas questões aí, lamento informar, mas a vida do assessor do Flávio [Bolsonaro], ou de algumas pessoas, outros assessores, eu não tenho como dar informação para vocês”, disse Eduardo Bolsonaro, encerrando a entrevista em seguida.

De acordo com o presidente eleito Jair Bolsonaro, o cheque de R$ 24 mil destinado à primeira-dama era a devolução de parte de um empréstimo feito por ele ao ex-assessor do filho. Já a movimentação atípica de Fabrício Queiroz, apontada pelo Coaf, ainda não se esclareceu publicamente. Desde a divulgação do caso, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro não é localizado, nem concede informações à imprensa.