Onyx reitera urgência das reformas da Previdência e tributária

Segundo o futuro ministro da Casa Civil, Bolsonaro vai adotar todas as medidas que julgar necessárias, sem se preocupar com reeleição

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado para a Casa Civil, defendeu hoje, mais uma vez, a urgência da aprovação das reformas da Previdência e tributária. Ele comparou o atual sistema previdenciário com um avião cuja fuselagem está furada ou um barco com o casco danificado.

Segundo o ministro, é necessário “consertar” o sistema previdenciário. De acordo com ele, não é justo deixar a Previdência atual para os filhos e netos e é preciso que o país seja capaz de criar um novo sistema.

“E aí usar o processo de reforma para trazer o que o Brasil carece, que é poupança interna. Se nós tivermos uma nova Previdência que trabalhe com conceito de capitalização, nós hoje temos mais ou menos 15,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de poupança interna, quando atingirmos 19% teremos condição de sustentavelmente manter um crescimento de 3%. Vamos consertar o sistema atual, corrigir os privilégios, mas vamos tentar criar um sistema novo”, disse.

Lorenzoni falou após participar de um almoço-debate do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), na capital paulista, no qual abordou o tema Propostas do Governo para o Brasil.

O ministro disse ainda que o futuro governo vai atuar dentro da ordem constitucional, da lei e da segurança jurídica de tal maneira que o investidor internacional tenha previsibilidade.

De acordo com Onyx, o governo vai atuar para melhorar o ambiente de negócios. Segundo ele, ontem, ao se reunir com os ministros, Bolsonaro disse que vai adotar todas as medidas que julgar necessárias, sem se preocupar com reeleição.

O ministro disse ainda que é imprescindível fazer as reformas para desfazer o ciclo burocrático que existe no país.

Trégua

Ao concluir o discurso aos empresários, Onyx pediu que a imprensa “dê uma trégua” ao governo Jair Bolsonaro, dando a entender que há uma disposição negativa na relação da mídia com a futura gestão. Pouco depois, ele se incomodou com perguntas de jornalistas durante a entrevista e interrompeu a coletiva de imprensa.

O ministro ressaltou que a oposição é necessária porque é o “contrapeso” fundamental da vida democrática e que o novo governo vai errar porque é composto por humanos.

Deus
Para Lorenzoni, Deus “levou para a Presidência da República” Bolsonaro contra “todas as possibilidades”. Ao descrever o presidente eleito, o ministro disse que ele era o “mais improvável dos homens” e que andou pelo país falando de família, nação, patriotismo, liberdade, propriedade, respeito aos contratos e de proteger os direitos.

“Aí estabeleceu-se uma conexão nunca vista no país. A partir da facada em Bolsonaro, enxergamos uma mobilização verde e amarela. Ressurgiu nesse país a esperança e é esta a responsabilidade que todos nós temos. Bolsonaro é o primeiro a nos relembrar cotidianamente do nosso senso de missão. Chegamos aqui e podemos mudar o Brasil, refundar as bases do Estado brasileiro.”