A queda de um avião com duas pessoas, minutos após decolar do Campo de Marte, nessa sexta-feira, é mais uma para a lista do aeroporto com o maior número de acidentes nos últimos 10 anos, segundo relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Números apresentados pelo órgão dão conta de que, entre 2008 e 2017, foram registrados 10 acidentes no aeroporto localizado na zona Norte de São Paulo. Significa dizer que o Campo de Marte registra, na média, um acidente por ano.
O relatório ainda não leva em conta as duas ocorrências deste ano. A primeira delas, em junho, resultou em uma morte e seis pessoas feridas; ontem, a queda causou duas mortes e feriu 19.
Na sequência da lista de acidentes aparecem o Aeroporto de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, e o Aeródromo Nacional de Aviação, em Goiânia (GO). Ambos os locais registraram nove desastres entre 2008 e 2017.
Também localizado na capital paulista, o aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, somou três acidentes no mesmo período, número 70% menor do que o registrado no Campo de Marte.
O Cenipa também contabilizou 91 incidentes e sete ocorrências de solo nos anos da análise no Campo de Marte. Entre os incidentes, a pista da capital fica atrás apenas dos aeroportos internacionais de Guarulhos (153) e Brasília (106) e do aeródromo de Belo Horizonte (103).
Desativação em 2020
No dia 7 de agosto de 2017, o então prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), estimou desativar aeroporto Campo de Marte em 2020. A declaração ocorreu após assinatura de um acordo com o presidente Michel Temer, que esteve na Prefeitura, para oficializar a cessão de parte do aeroporto para a municipalidade. A previsão é que no local seja construído um museu aeroespacial. O Campo de Marte era objeto de disputa judicial entre Prefeitura de São Paulo e União desde 1958.