Sem casos autóctones de dengue, RS tem 315 municípios infestados pelo Aedes Aegypti

Levantamento realizado pela Secretaria Estadual da Saúde aponta que 93 cidades estão em situação de alerta ou alto risco

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Foto: Samuel Maciel/CP Memória

Levantamento realizado pela Secretaria Estadual da Saúde aponta que o Rio Grande do Sul possui 315 cidades com infestação do mosquito Aedes Aegypti. Desse total, 93 municípios gaúchos estão em situação de alerta ou alto risco. Com isso, o Estado registra hoje o maior número de cidades consideradas infestadas pelo Aedes na série histórica iniciada em 2010. Entretanto, nenhum caso de dengue autóctone – contraído dentro do Rio Grande do Sul – foi registrado neste ano.

Das cidades que realizaram coleta, 84 foram consideradas em situação de alerta. Outros nove municípios foram considerados de risco alto. Eles estão concentrados no Norte e Noroeste do Estado. São eles: Ajuricaba, Garruchos, Nonoai, Santo Antônio das Missões, Santo Cristo, São Borja, São Nicolau, Três de Maio e Vista Gaúcha.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, Porto Alegre realiza um levantamento paralelo por meio do índice médio de infestação de fêmeas adultas, a partir do monitoramento de 1.218 armadilhas em 42 bairros. Em outubro, o índice era satisfatório.

O secretário estadual da Saúde, Francisco Paz, faz um apelo para que cada cidadão tenha consciência que a sua atuação dentro da residência é a principal medida para conter a proliferação do mosquito e das doenças. “Nos últimos 20 anos, nós aumentamos gradativamente a presença de cidades infestadas. Hoje, nós temos 315 municípios com a presença do mosquito. A região Noroeste, que segue a costa do rio Uruguai, é a que tem as cidades com o maior índice de infestação. Ou seja, o maior número de criadouros e presença de mosquitos encontrada por domicílio. Essas cidades precisam ter um cuidado especial porque o risco de alguém trazer o vírus de outros locais e os mosquitos da cidade transmitirem para os outros é muito alto”, ressalta.

A pesquisa feita pelo governo tem o objetivo de identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. A intenção é que os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do Aedes.

Até o último dia 17 de novembro, a Secretaria Estadual da Saúde tinha registro de 21 casos de dengue que foram importados em residentes gaúchos que foram contaminados fora do RS. Já em relação ao vírus chikungunya, foram 11 casos autóctones em Santiago, além de outros oito casos importados distribuídos em oito cidades. Quanto ao Zika, não houve casos confirmados no Estado em 2018.

Medidas de Prevenção contra o mosquito

A transmissão da dengue, zika e chikungunya ocorre pela picada do Aedes Aegypti. Ele tem em média menos de um centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. Para se reproduzir, ele precisa de locais com água parada. Por isso, o cuidado para evitar a sua proliferação busca eliminar possíveis criadouros, impedindo o nascimento do inseto. Entre as medidas, recomenda-se:

– Tampar caixas d’água, tonéis e latões
– Guardar garrafas vazias viradas para baixo
– Guardar pneus sob abrigos
– Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia
– Manter desentupidos ralos, canoas, calhas, toldos e marquises
– Manter lixeiras fechadas
– Manter piscinas tratadas o ano inteiro.